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Mário Leite Silva não liga demissão do BFA ao Luanda Leaks
Mário Leite Silva justifica a demissão do banco angolano com o facto de não constar na lista para os órgãos sociais que vão ser eleitos este ano.
O gestor de Isabel dos Santos pediu a demissão de presidente do Banco de Fomento de Angola no dia posterior à revelação do "Luanda Leaks", mas na carta com data de 20 de janeiro Mário Leite Silva apresentou outra justificação para a renúncia.
"No final do passado mês de dezembro, o conselho de administração da Unitel entregou formalmente a lista de pessoas a designar para o Conselho de Administração do BFA para o triénio que agora se inicia. Não fazendo parte dessa lista considero ser o momento apropriado para fazer cessar as minhas funções neste órgão, que integro desde a primeira hora em que o acionista Unitel entrou no capital do BFA", refere a carta de demissão de Mário Leite Silva, a que o Negócios teve acesso.
Mário Leite Silva arguido em Angola
A demissão foi conhecida esta quinta-feira, 23 de janeiro, um dia depois de as autoridades angolanas terem revelado que Mário Leite Silva é um dos arguidos nas investigações que estão a ser efetuadas aos negócios de Isabel dos Santos.
Mário Leite Silva é um dos facilitadores portugueses dos negócios de Isabel dos Santos que envolvem esquemas financeiros suspeitos, revelados na investigação jornalística conhecida como 'Luanda Leaks' e que foi publicada a 19 de janeiro.
A carta de demissão tem a data de 20 de janeiro e produz efeitos a partir de 22 de janeiro (esta quarta-feira), de acordo com a informação transmitida aos trabalhadores do BFA e que a Lusa teve acesso.
Mário Leite Santos assumiu o cargo de presidente do BFA em janeiro de 2017, após a assinatura do acordo de compra de 2% do BFA pela Unitel, tendo sido eleito para o triénio 2017-2019. Tal como lembra a Lusa, o gestor foi também alvo, tal como Isabel dos Santos e o seu marido, Sindika Dokolo, do arresto preventivo de participações em empresas e contas bancárias decidido em dezembro pelo Tribunal Provincial de Luanda.
Há mais portugueses ligados a Isabel dos Santos na administração do banco que passou a ser controlado pela Unitel após esta empresa angolana da filha de José Eduardo dos Santos ter comprado a posição do BPI. Em consequência do negócio, Fernando Ulrich e José Pena do Amaral renunciaram aos cargos de presidente e vogal do conselho de administração do BFA, respetivamente. Entraram Mário Leite Silva, Jorge Brito Pereira (advogado de longa data de Isabel dos Santos e chairman da Nos), bem como António Domingues, ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos.
Quem gravita à volta de Isabel dos Santos:
Isabel dos Santos
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Sindika Dokolo
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Mário Leite da Silva
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Jorge Brito Pereira
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Paula Oliveira
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Sarju Raikundalia
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Vasco Pires Rites
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António Domingues
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Teixeira dos Santos
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A carta de demissão de Mário Leite Silva:
(Notícia em atualização)