Notícia
Luanda Leaks: Tchizé dos Santos queixa-se de pressões para vender participações
A irmã da empresária Isabel dos Santos e ex-deputada do MPLA Tchizé dos Santos queixa-se de estar a ser alvo de pressões para vender as suas participações em empresas angolanas e diz-se vítima de tentativas de silenciamento.
23 de Janeiro de 2020 às 13:00
Em declarações enviadas à Agência Lusa, Welwitschia (Tchizé) dos Santos, diz ter recebido telefonemas de alguém que se identificou como pertencendo aos serviços secretos de Angola, "ameaçando que, se não se calar" iriam congelar-lhe todos os ativos em Angola.
"Já me disseram: vão-te tirar tudo, vão destruir a tua vida, vão-te boicotar, até o Banco Prestígio [vai] falir", afirmou a empresária, filha de José Eduardo dos Santos, antigo Presidente angolano.
A empresária queixou-se ainda que os sócios da Vida TV [canal de televisão] lhe disseram "que estão a ser ameaçados" e que "os anunciantes estão a ser ameaçados para não fazerem publicidade", tendo sido aconselhada a passar as ações "para outras pessoas que querem destruir a Vida TV, porque sou sócia".
Tchizé fala de um aproveitamento de um momento político "para tentar extorquir as pessoas" e diz "que não tem medo de justificar a origem do dinheiro", mostrando-se disponível para dar explicações às autoridades do país onde estiver relativamente ao seu património.
No final do ano, os bens de Isabel dos Santos em Angola foram arrestados preventivamente pela justiça angolana, no quadro de investigações à ação da empresária à frente da petrolífera Sonangol.
No domingo, um consórcio de jornalistas apresentou uma investigação sobre Isabel dos Santos, acusando-a de desvio de dinheiros públicos no valor de mil milhões de euros, apontando casos concretos de alegadas transferências por parte da petrolífera angolana Sonangol quando a empresária era administradora.
Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República angolana anunciou que constituiu Isabel dos Santos como arguida e admitiu que iria pedir um mandado de captura internacional, caso não fosse possível notificá-la.
Hoje, em declarações enviadas à Lusa, Tchizé dos Santos diz que as pressões de que está a ser vítima proveem de figuras que dizem estar associadas ao governo e que seria o executivo "a dar essas orientações".
Se não for, acrescentou a filha de José Eduardo dos Santos, "avisem [o Presidente da República, João Lourenço] que está a ser usado o nome dele por pessoas oportunistas".
"Para fazer negócios em Angola não é preciso ser bandido e gatuno, nem todos os que fizeram negócios são ladrões", disse, por seu turno, Tchizé dos Santos que hoje voltou a avisar os seus sócios: "Querem as minhas participações, as minhas ações que comprem ao valor do mercado, quem sente que prefere que eu não faça parte dos seus negócios faça-me uma proposta de compra".
A empresária assegurou ainda que não vai "aceitar ameaças nem coação" para se desfazer de um património pelo qual diz ter lutado e em que tem investido.
Lamentou ainda ter sido "corrida" da gestão da TPA2, apesar de ter contratos legais através da empresa West Side e salientou que não uma ação judicial sobre este afastamento "por patriotismo".
"Fui fazer o meu investimento privado para o qual fui convidada, anuí, investi o meu dinheiro", disse.
Por isso, hoje, no atual contexto político e de ações judiciais contra a sua irmã e o seu irmão, José Filomeno dos Santos (julgado por suspeitas de ter ordenado uma transferência ilegal do Fundo Soberano de que era administrador), a empresária deu uma recomendação aos seus parceiros: "Se não estão satisfeitos, sejam quais forem os sócios acionistas que estão comigo em projetos e entidades, quem não quiser que eu permaneça vá pedir empréstimo bancário e compre que eu não ofereço nada a ninguém nem vou aceitar ser coagida".
Tchizé dos Santos disse ainda que vai "lutar até as últimas consequências" contra quem está "a dar essas orientações" de a perseguir.
Em janeiro do ano passado, Tchizé dos Santos anunciou, em entrevista à Agência Lusa, que iria lançar um canal de televisão com distribuição para Angola e Moçambique, a futura Vida TV.
Em 2017, João Lourenço retirou a gestão do canal 2 e do canal internacional da Televisão Pública de Angola (TPA) às empresas de que Tchizé é acionista, juntamente com o irmão, José Paulino dos Santos 'Coreon Dú'.
"Já me disseram: vão-te tirar tudo, vão destruir a tua vida, vão-te boicotar, até o Banco Prestígio [vai] falir", afirmou a empresária, filha de José Eduardo dos Santos, antigo Presidente angolano.
Tchizé fala de um aproveitamento de um momento político "para tentar extorquir as pessoas" e diz "que não tem medo de justificar a origem do dinheiro", mostrando-se disponível para dar explicações às autoridades do país onde estiver relativamente ao seu património.
No final do ano, os bens de Isabel dos Santos em Angola foram arrestados preventivamente pela justiça angolana, no quadro de investigações à ação da empresária à frente da petrolífera Sonangol.
No domingo, um consórcio de jornalistas apresentou uma investigação sobre Isabel dos Santos, acusando-a de desvio de dinheiros públicos no valor de mil milhões de euros, apontando casos concretos de alegadas transferências por parte da petrolífera angolana Sonangol quando a empresária era administradora.
Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República angolana anunciou que constituiu Isabel dos Santos como arguida e admitiu que iria pedir um mandado de captura internacional, caso não fosse possível notificá-la.
Hoje, em declarações enviadas à Lusa, Tchizé dos Santos diz que as pressões de que está a ser vítima proveem de figuras que dizem estar associadas ao governo e que seria o executivo "a dar essas orientações".
Se não for, acrescentou a filha de José Eduardo dos Santos, "avisem [o Presidente da República, João Lourenço] que está a ser usado o nome dele por pessoas oportunistas".
"Para fazer negócios em Angola não é preciso ser bandido e gatuno, nem todos os que fizeram negócios são ladrões", disse, por seu turno, Tchizé dos Santos que hoje voltou a avisar os seus sócios: "Querem as minhas participações, as minhas ações que comprem ao valor do mercado, quem sente que prefere que eu não faça parte dos seus negócios faça-me uma proposta de compra".
A empresária assegurou ainda que não vai "aceitar ameaças nem coação" para se desfazer de um património pelo qual diz ter lutado e em que tem investido.
Lamentou ainda ter sido "corrida" da gestão da TPA2, apesar de ter contratos legais através da empresa West Side e salientou que não uma ação judicial sobre este afastamento "por patriotismo".
"Fui fazer o meu investimento privado para o qual fui convidada, anuí, investi o meu dinheiro", disse.
Por isso, hoje, no atual contexto político e de ações judiciais contra a sua irmã e o seu irmão, José Filomeno dos Santos (julgado por suspeitas de ter ordenado uma transferência ilegal do Fundo Soberano de que era administrador), a empresária deu uma recomendação aos seus parceiros: "Se não estão satisfeitos, sejam quais forem os sócios acionistas que estão comigo em projetos e entidades, quem não quiser que eu permaneça vá pedir empréstimo bancário e compre que eu não ofereço nada a ninguém nem vou aceitar ser coagida".
Tchizé dos Santos disse ainda que vai "lutar até as últimas consequências" contra quem está "a dar essas orientações" de a perseguir.
Em janeiro do ano passado, Tchizé dos Santos anunciou, em entrevista à Agência Lusa, que iria lançar um canal de televisão com distribuição para Angola e Moçambique, a futura Vida TV.
Em 2017, João Lourenço retirou a gestão do canal 2 e do canal internacional da Televisão Pública de Angola (TPA) às empresas de que Tchizé é acionista, juntamente com o irmão, José Paulino dos Santos 'Coreon Dú'.