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Marcelo evita dizer se Montepio o preocupa

Instado a dizer se está tranquilo com a situação do banco, o Chefe de Estado remeteu para a acção do Governo que deverá ser "serena e rápida".

Miguel Baltazar
04 de Abril de 2017 às 17:46
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O Presidente da República evitou hoje por duas vezes garantir se a situação do Montepio o preocupa, remetendo para a acção do Governo sobre a instituição e relativizando a sua "dimensão".

"Eu não gostaria de me pronunciar sobre isso porque tenho estado a falar daqueles que foram desafios de maior dimensão no sistema financeiro português [BPI, BCP e Novo Banco]. (…) O que o Governo tem dito, e tomo como boa essa declaração, é que está a agir serenamente e com rapidez nessa situação," afirmou aos jornalistas esta terça-feira, 4 de Abril, em Lisboa no final de uma reunião com instituições que apoiam pessoas sem-abrigo.


Em declarações transmitidas pela RTP 3, depois de ter sido perguntado por duas vezes se estava tranquilo com a situação do Montepio, Marcelo Rebelo de Sousa disse que o Executivo está nesta situação a "intervir em duas frentes", a mutualista (respeitante à Associação Mutualista, dona do banco, através do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social), e a financeira onde a "intervenção é essencialmente financeira".


A associação e o banco mutualistas têm estado em foco, com uma sucessão de notícias negativas, como a constituição de António Tomás Correia como arguido num processo em que é suspeito de ter recebido indevidamente 1,5 milhões de euros do empresário da construção civil José Guilherme; a notícia de que a KPMG alertou nas contas consolidadas de 2015 para capitais próprios negativos de 107 milhões de euros (que poderia obrigar a Caixa Económica a recorrer à Associação Mutualista); e de o Negócios ter noticiado que Tomás Correia e mais oito antigos gestores da caixa económica foram acusados de irregularidades especialmente graves pelo Banco de Portugal.

 

As afirmações de Marcelo foram feitas horas depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter dito em entrevista à Rádio Renascença que, "no conjunto do sistema financeiro, [o Montepio] é um problema conciso, bastante limitado", dizendo-se "tranquilo" com os produtos do Montepio que são supervisionados.

"Não ouvi a entrevista do senhor primeiro-ministro, por isso não vou comentar," respondeu o Chefe de Estado, quando instado a reagir às palavras de António Costa que, esta manhã, deixou ainda em aberto a possibilidade de reeditar a geringonça caso venha a obter uma maioria absoluta nas próximas legislativas. "O que o Presidente da República pode dizer em relação ao futuro é que há eleições, em democracia as eleições é que decidem. Veremos. Não vale a pena estar a antecipar," considerou.

Ainda sobre o sistema financeiro, o Presidente da República diz que o saldo global entre a situação verificada em Abril do ano passado e a actual "é mais positivo que negativo, seguramente" e que a solução encontrada para o Novo Banco resultou de uma "negociação complexa" conseguida em oito meses e que teve de ter a aprovação do BCE e da Comissão Europeia.

"A consolidação financeira é um desafio para os próximos anos. O que se espera é que depois de todas estas realidades somadas, o sistema financeiro fique mais forte e estável," desejou.

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