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Luís Amado defende que discutir Banif na campanha foi "erro gravíssimo"

"A campanha eleitoral deve ser uma lição. Se há ilação a tirar deste processo é que aprendemos que os bancos são instituições que são iminentemente frágeis", disse o ex-presidente da administração do Banif. 

Miguel Baltazar/Negócios
30 de Março de 2016 às 20:53
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Luís Amado, o presidente da administração do Banif entre 2012 e 2015, atacou a forma como o banco foi discussão na campanha eleitoral de Setembro passado.

 

"Foi um erro gravíssimo para o país e para os contribuintes" levar o Banif para os debates eleitorais, segundo disse o antigo gestor na audição desta quarta-feira, 30 de Março, na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

 

O antigo ministro socialista defendeu que foi uma "incúria grande" colocar o banco no "debate político", nomeadamente em debates televisivos. Mais grave porque, diz, o banco era do Estado e não foi protegido. "Se não é o Estado e os seus agentes a tratar da confiança nestes activos, quem é que o faz? Claro que tenho uma leitura crítica de tudo o que se passou na campanha eleitoral".

 

"A campanha eleitoral deve ser uma lição. Se há ilação a tirar deste processo é que aprendemos que os bancos são instituições que são iminentemente frágeis, porque estão alicerçadas em desequilíbrios. Os rácios estão lá, mas por muito grandes que sejam, não aguentam a pressão de desconfiança tão grande como a gerada no Banif", indicou na audição desta quarta-feira.

 

Mesmo depois das eleições, houve um comunicado de Maria Luís Albuquerque que recusava ter passado ao Governo notícias "passíveis de gerar alarme público" sobre a TAP e o Banif, o que motivou uma instabilidade das acções do banco na bolsa.

 

A 20 de Dezembro do ano passado, o banco foi alvo de uma resolução, com venda da actividade tradicional ao Santander Totta.

 

Sem encontro com Ana Botín

 

Aliás, sobre o Santander, Luís Amado recusou ter tido qualquer encontro com Ana Botín que esteve em Portugal no ano passado (antes da resolução), numa altura em que afirmou ter intenção de reforçar a sua presença no país.

 

"Não conheço Ana Botín, nunca estive com ela. Não tenho conhecimento de qualquer contacto que tenha sido feito com responsáveis do Banif", disse.

 

Luís Amado foi o terceiro nome a ser ouvido na comissão de inquérito, depois de Jorge Tomé, o presidente da comissão executiva durante o seu mandato na administração, e após Joaquim Marques dos Santos, seu antecessor.

 

 

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