Notícia
Lucros do Santander Portugal caem 44% para 295 milhões em 2020
O resultado é registado num ano marcado pela pandemia, em que o Santander constituiu imparidades de 187,6 milhões de euros.
O Santander reportou resultados líquidos de 295,6 milhões de euros em 2020 na atividade em Portugal, valor que representa uma queda de 43,9% face aos lucros de 527,3 milhões que tinham sido alcançados no ano anterior. Esta quebra acontece num ano marcado pela pandemia, em que o Santander constituiu imparidades de 187,6 milhões de euros.
Os resultados foram anunciados esta sexta-feira, 5 de março, em comunicado enviado às redações. "Os resultados do banco em 2020 foram fortemente afetados, tal como esperado, pela pandemia covid-19", começa por referir o presidente do Santander, citado em comunicado, sublinhando que os lucros alcançados "só foram possíveis porque o Santander é um banco sólido" e "com elevados níveis de capitialização".
Foi neste contexto de pandemia, que teve forte impacto sobre a atividade económica, que o Santander reforçou as imparidades, à semelhança do que tem sido feito por todo o setor. O banco ressalva que esta é, contudo, uma política de cautela, já que a qualidade da carteira de crédito se mantém.
"A imparidade líquida de ativos financeiros ao custo amortizado ascendeu a 187,6 milhões de euros, refletindo a incorporação da componente 'forward looking' do cenário macroeconómico mais adverso, como patente nas diferentes projeções realizadas por instituições nacionais e internacionais. Esta evolução relfete um reforço preventivo, na medida em que a qualidade creditícia permanece sólida", indica o comunicado. A refletir a qualidade do crédito, acrescenta o documento, está a redução do rácio de "non-performing exposures" (equivalente ao crédito malparado) de 3,2% no final de 2019 para 2,6% em 2020.
Apesar do contexto adverso, o Santander regista uma evolução positiva da atividade bancária. No final de 2020, a carteira de crédito totalizava 42,7 mil milhões de euros, valor que representa uma subida de 6,8% face a 2019. Este crescimento, justifica o banco, reflete "não só a aplicação de moratórias ao crédito a famílias e empresas, como, também, a elevada produção de linhas de crédito de apoio à economia, bem como os ritmos sustentados de nova originação de crédito hipotecário".
No final de dezembro do ano passado, o Santander tinha concedido moratórias a 87 mil clientes, num montante total de 8,6 mil milhões de euros, o equivalente a 21% da carteira de crédito total. Já no âmbito das linhas de crédito garantido pelo Estado, o Santander concedeu um total de 1,6 mil milhões de euros.
Quanto à carteira de crédito à habitação, esta totalizava 20,7 mil milhões de euros em 2020, o que corresponde a uma subida de 5,2% em relação ao ano anterior. Também a carteira de crédito a empresas aumentou, em 6,7%, totalizando 16,4 mil milhões de euros. Esta subida está "associada às linhas protocoladas, incluindo as linhas criadas no âmbito da pandemia covid-19", ressalva o banco. Em sentido contrário, o crédito ao consumo caiu 1,5% para um total de 1,7 mil milhões de euros, reflexo da "redução da despesa discricionária das famílias".
Ainda no que diz respeito à atividade bancária, também os depósitos evoluíram de forma positiva. Em 2020, os depósitos totalizavam 36.001 milhões de euros, uma subida de 2,3% em relação a 2019. Também os recursos relativos aos fundos de investimento geridos ou comercializados pelo Santander aumentaram, em mais de 6%, para 3.252 milhões de euros. Já os seguros recuram 5%, para 4.017 milhões. Feitas as contas, os recursos totais de clientes aumentaram 1,9% e ascenderam a 43.270 milhões de euros em 2020.
Margem financeira e comissões em queda
A evolução positiva da atividade comercial não chegou para evitar quebras do lado da receita. O Santander viu a margem financeira cair 8,1% em 2020, para um total de 786,6 milhões de euros, devido à "redução dos 'spreads' do crédito, por contexto concorrencial ainda elevado, da descida das taxas de juro de curto prazo, da diminuição da procura de crédito por empresas fora do âmbito das linhas com garantia do Estado e, ainda, da gestão da carteira de dívida pública". No ano passado, recorde-se, o Santander baixou o "spread" mínimo do crédito à habitação para 1%, a segunda taxa mais baixa do mercado, a par do BCP.
Ao mesmo tempo, as comissões líquidas diminuíram 1,9% face a 2019, para um total de 373,2 milhões de euros, reflexo da redução da atividade económica devido à pandemia. mesmo assim, no quarto trimestre, o Santander conseguiu uma recuperação neste indicador, com as comissões líquidas a aumentarem 5,1% nesse trimestre, em relação a igual período de 2019.
Assim, o produto bancário acabou por cair 4,3%, totalizando 1.317 milhões de euros.
Quanto à liquidez e solvabilidade, o Santander sublinha que mantém "uma folga muito confortável face aos requisitos mínimos exigidos pelo Banco Central Europeu". O rácio de "common equity tier 1" aumentou para 20,6% no final de dezembro, acima dos 15% registados em dezembro do ano passado.
Notícia atualizada pela última vez às 13h04 com mais informação.
Os resultados foram anunciados esta sexta-feira, 5 de março, em comunicado enviado às redações. "Os resultados do banco em 2020 foram fortemente afetados, tal como esperado, pela pandemia covid-19", começa por referir o presidente do Santander, citado em comunicado, sublinhando que os lucros alcançados "só foram possíveis porque o Santander é um banco sólido" e "com elevados níveis de capitialização".
"A imparidade líquida de ativos financeiros ao custo amortizado ascendeu a 187,6 milhões de euros, refletindo a incorporação da componente 'forward looking' do cenário macroeconómico mais adverso, como patente nas diferentes projeções realizadas por instituições nacionais e internacionais. Esta evolução relfete um reforço preventivo, na medida em que a qualidade creditícia permanece sólida", indica o comunicado. A refletir a qualidade do crédito, acrescenta o documento, está a redução do rácio de "non-performing exposures" (equivalente ao crédito malparado) de 3,2% no final de 2019 para 2,6% em 2020.
Apesar do contexto adverso, o Santander regista uma evolução positiva da atividade bancária. No final de 2020, a carteira de crédito totalizava 42,7 mil milhões de euros, valor que representa uma subida de 6,8% face a 2019. Este crescimento, justifica o banco, reflete "não só a aplicação de moratórias ao crédito a famílias e empresas, como, também, a elevada produção de linhas de crédito de apoio à economia, bem como os ritmos sustentados de nova originação de crédito hipotecário".
No final de dezembro do ano passado, o Santander tinha concedido moratórias a 87 mil clientes, num montante total de 8,6 mil milhões de euros, o equivalente a 21% da carteira de crédito total. Já no âmbito das linhas de crédito garantido pelo Estado, o Santander concedeu um total de 1,6 mil milhões de euros.
Quanto à carteira de crédito à habitação, esta totalizava 20,7 mil milhões de euros em 2020, o que corresponde a uma subida de 5,2% em relação ao ano anterior. Também a carteira de crédito a empresas aumentou, em 6,7%, totalizando 16,4 mil milhões de euros. Esta subida está "associada às linhas protocoladas, incluindo as linhas criadas no âmbito da pandemia covid-19", ressalva o banco. Em sentido contrário, o crédito ao consumo caiu 1,5% para um total de 1,7 mil milhões de euros, reflexo da "redução da despesa discricionária das famílias".
Ainda no que diz respeito à atividade bancária, também os depósitos evoluíram de forma positiva. Em 2020, os depósitos totalizavam 36.001 milhões de euros, uma subida de 2,3% em relação a 2019. Também os recursos relativos aos fundos de investimento geridos ou comercializados pelo Santander aumentaram, em mais de 6%, para 3.252 milhões de euros. Já os seguros recuram 5%, para 4.017 milhões. Feitas as contas, os recursos totais de clientes aumentaram 1,9% e ascenderam a 43.270 milhões de euros em 2020.
Margem financeira e comissões em queda
A evolução positiva da atividade comercial não chegou para evitar quebras do lado da receita. O Santander viu a margem financeira cair 8,1% em 2020, para um total de 786,6 milhões de euros, devido à "redução dos 'spreads' do crédito, por contexto concorrencial ainda elevado, da descida das taxas de juro de curto prazo, da diminuição da procura de crédito por empresas fora do âmbito das linhas com garantia do Estado e, ainda, da gestão da carteira de dívida pública". No ano passado, recorde-se, o Santander baixou o "spread" mínimo do crédito à habitação para 1%, a segunda taxa mais baixa do mercado, a par do BCP.
Ao mesmo tempo, as comissões líquidas diminuíram 1,9% face a 2019, para um total de 373,2 milhões de euros, reflexo da redução da atividade económica devido à pandemia. mesmo assim, no quarto trimestre, o Santander conseguiu uma recuperação neste indicador, com as comissões líquidas a aumentarem 5,1% nesse trimestre, em relação a igual período de 2019.
Assim, o produto bancário acabou por cair 4,3%, totalizando 1.317 milhões de euros.
Quanto à liquidez e solvabilidade, o Santander sublinha que mantém "uma folga muito confortável face aos requisitos mínimos exigidos pelo Banco Central Europeu". O rácio de "common equity tier 1" aumentou para 20,6% no final de dezembro, acima dos 15% registados em dezembro do ano passado.
Notícia atualizada pela última vez às 13h04 com mais informação.