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Lucros do Santander até setembro caem 35% para 254,5 milhões

O resultado é registado num período marcado pelo impacto da pandemia sobre a economia, em que o Santander constituiu imparidades de 146 milhões de euros.

Os lucros do Santander Portugal, liderado por Pedro Castro e Almeida, caíram para 172,9 milhões de euros.
João Miguel Rodrigues
04 de Novembro de 2020 às 12:12
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O Santander registou um resultado de 254,5 líquido de milhões de euros no conjunto dos nove primeiros meses deste ano, valor que representa uma quebra de quase 35% em relação aos lucros de 390,6 milhões reportados em igual período do ano passado. Esta quebra acontece num período marcado pelo impacto da pandemia sobre a economia, em que o Santander constituiu imparidades de 146 milhões de euros.

Os resultados foram anunciados esta quarta-feira, 4 de novembro, em comunicado enviado às redações. "Os resultados dos primeiros nove meses do ano registaram um decréscimo derivado do impacto que a pandemia Covid-19 está a ter na nossa atividade, apesar de termos sentido uma melhoria quando comparamos o terceiro trimestre com o anterior. De realçar a evolução dos depósitos, do crédito e da base de clientes, que registaram um comportamento positivo", começa por justificar o presidente executivo do Santander em Portugal, Pedro Castro Almeida, citado em comunicado.

Foi neste contexto que, no período de janeiro a setembro deste ano, o Santander tinha constituídas imparidades líquidas de 146,5 milhões de euros, um montante que reflete "a incorporação da componente 'forward looking' do cenário macroeconómico mais adverso, como patente nas diferentes projeções realizadas por instituições nacionais e internacionais", esclarece o banco.

Este reforço significativo das imparidades é, ainda assim, apenas "preventivo", ressalva o Santander. Isto porque, no período em análise, o crédito malparado continuou a apresentar um nível considerado positivo. No final de setembro, o rácio de exposições não rentáveis (NPE, na sigla em inglês) era de 2,8%, o mesmo valor registado no final do primeiro semestre, mas abaixo do rácio de 3,4% registado em setembro do ano passado.

Por outro lado, e como já referido, o Santander regista uma evolução positiva na atividade bancária. A carteira de crédito total cresceu em mais de 5% em relação a setembro do ano passado, fixando-se em 42,5 mil milhões de euros, uma evolução que fica a dever-se tanto ao crédito a particulares como a empresa. No primeiro caso, a carteira aumentou em 4% e ultrapassou os 22,5 mil milhões de euros. Já no caso das empresas, a carteira de crédito subiu 5% e totalizou 16,5 mil milhões.

Também nos depósitos é registada uma melhoria. Os depósitos de clientes cresceram perto de 4%, totalizando 36,3 mil milhões de euros e contribuindo para uma subida de 2,4% dos recursos totais de clientes, que se fixaram em 43,3 mil milhões. Os recursos de clientes foram impactados negativamente pela quebra de 4,4% nos fundos de investimento e de 5,3% nos seguros.

Margem financeira e comissões derrapam

Apesar desta evolução positiva no crédito e nos depósitos, o Santander sofreu fortes quebras do lado da receita. A margem financeira recuou quase 8% para os 591,9 milhões de euros, uma queda "que traduz, essencialmente, a descida dos 'spreads' de crédito, num contexto concorrencial, bem como a descida das taxas de juro de curto prazo, a diminuição da procura de crédito por empresas fora do âmbito das linhas com garantia do Estado e a gestão da carteira de dívida pública", justifica o banco.

Ao mesmo tempo, as comissões líquidas caíram mais de 4,2% e totalizaram 274,4 milhões de euros, "refletindo os efeitos da pandemia sobre a atividade".

Feitas as contas, o produto bancário acabou por cair 5,5% para os 964,1 milhões de euros no final de setembro.

Já quanto à liquidez e solvabilidade, o Santander sublinha que os indicadores se mantiveram "robustos". O rácio de "common equity tier 1" aumentou para 20,3% no final de setembro, acima dos 16,7% registados em setembro do ano passado.

88 mil clientes com moratórias e 1,4 mil milhões em linhas de crédito

À semelhança dos restantes bancos, também o Santander concedeu moratórias para o crédito de particulares e empresas, no âmbito da crise gerada pela pandemia, ao mesmo tempo que concedeu crédito garantido pelo Estado para apoiar as empresas afetadas por esta crise.

No final de setembro, as moratórias do Santander abrangiam mais de 88 mil clientes e representavam mais de 9 mil milhões de euros de crédito, o equivalente a cerca de 21% da carteira de crédito total.

Já no âmbito das linhas de crédito garantido pelo Estado, o Santander aprovou operações no valor total de 1,4 mil milhões de euros.

Notícia atualizada pela última vez às 12h53 com mais informação.
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