O Bankia lucrou 481 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, informou a entidade espanhola em comunicado. Em base comparável, o resultado caiu 8,7% face ao mesmo período do ano anterior. As acções do banco seguem a valorizar 2,64% para 0,70 euros esta sexta-feira. Apesar da queda, o resultado ficou acima das estimativas dos analistas sondados pela Bloomberg, que apontavam para um lucro de 472 milhões de euros.

O banco liderado por José Sevilla explicou a diminuição do lucro com "o impacto da queda da Euribor e do novo preço das obrigações do SAREB [sociedade de gestão dos activos procedentes da reestruturação bancária], que continuaram a apertar as margens do grupo". A margem financeira do banco desceu 19,1% para 1.124 milhões de euros.

Apesar da queda da rentabilidade, o Bankia registou mais um trimestre de redução do crédito malparado no balanço. "O saldo de crédito em incumprimento desceu 9,6% desde Dezembro de 2015 e cai 6,5% comparando com o primeiro trimestre de 2016, a décima queda trimestral consecutiva", refere o banco. Ainda assim, o rácio de crédito em incumprimento do grupo situa-se em 9,8%.

Em termos de capital, o Bankia diz-se "uma das instituições mais solventes do sistema financeiro espanhol". O rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) é de 12,89% em "fully implemented" (que assume o efeito das medidas de cálculo mais exigentes que serão aplicadas de forma faseada até 2019).

O Bankia foi alvo de um resgate estatal em 2012 e teve de ser nacionalizado pouco tempo depois de ter realizado uma oferta pública de venda de acções. Após as perdas sofridas pelos investidores, o banco tem um curso um processo para pagar apenas aos investidores de retalho que participaram na operação. Isto depois de um tribunal ter dado razão a alguns investidores, por considerar que o prospecto da operação era enganador.