Notícia
Lucro da Caixa Geral de Depósitos dispara mais de 40% para 987 milhões de euros
A subida das taxas de juro e a margem financeira - que duplicou - impulsionaram o resultado. Portugal representa 837 milhões do lucro total. Capitais próprios a caminho dos 10 mil milhões.
O lucro da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disparou para 987 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de mais de 40% face aos 692 milhões verificados em setembro de 2022.
Daquele valor, 837 milhões de euros foram obtidos na atividade doméstica e 150 milhões na atividade internacional.
"É um conjunto de resultados relevante", considerou o presidente da Comissão Executiva do banco público, que preferiu sublinhar a evolução da robustez do banco: "É o maior capital próprio de sempre da Caixa", enalteceu, referindo-se aos 9,7 mil milhões de euros registados até setembro, e que ainda vão crescer: a intenção da instituição financeira é alcançar a marca de 10 mil milhões de euros no final do ano.
"É possível ter resultados e a Caixa ser uma Caixa e não uma Caixinha", ironizou.
Lucro acumulado positivo
Com o lucro obtido entre Janeiro e Setembro, "a CGD consegue saldar os prejuízos que a Caixa teve no período de 2011 a 2016", realçou a CFO Paula Geada.
O somatório de resultados desde esse ano alcança 391 milhões de euros, indo para terreno positivo pela primeira vez. No período da reestruturação associada à recapitalização, entre 2011 e 2016, o prejuízo somado foi de 3,84 mil milhões de euros.
A Caixa conta entregar dividendos de 713 milhões de euros ao Estado relativos ao exercício de 2023, numa média de cerca de 2 milhões por dia. Já contando com esse valor, a instituição financeira contabiliza 1,68 mil milhões de euros de remuneração ao acionista desde a reestruturação. A este valor soma-se a amortização de duas emissões de dívida privada no valor de 500 milhões de euros cada, integrada também no processo de recapitalização. Contas feitas, faltam 825 milhões para que a totalidade da injeção de 3,5 mil milhões de euros seja saldada.
Questionado sobre os mais de 400 milhões de euros de dividendos previstos pelo Governo para 2024, o CEO reafirmou a intenção de "pagar o dividendo que está orçamentado", realçando que "estes resultados permitem esses valores. Dependem do desempenho do terceiro trimestre mas a perspetiva é que esse desempenho possa ser cumprido".
E não rejeitou o cenário de o volume a entregar aos cofres públicos ser maior: "Se a Caixa tiver margem para pagar mais, assim fará", garantiu.
A margem financeira atingiu 2,1 mil milhões de euros, mais do que duplicando os 923 milhões verificados em setembro de 2022. Na atividade doméstica, a margem triplicou para 1,7 mil milhões de euros.
90% dos novos créditos são a taxa fixa ou mista
Contando com as medidas públicas e com iniciativas do próprio banco, a Caixa está a reestruturar "250 a 300 créditos por dia", afirmou Paulo Macedo. Sendo que na nova produção de empréstimos há uma mudança drástica de perfil: os créditos a taxa fixa ou mista, que no início do ano representavam 15% do total, representam agora 90%.
Os 400 mil mutuários de crédito à habitação no banco público (cerca de 10% dos clientes) têm uma dívida média de 64 mil euros. Sendo que o banco notou uma "amortização de créditos bastante significativa", o que também teve impacto nos depósitos.
O banco público renegociou 40 mil contratos de crédito à habitação até outubro. Destas, metade resultaram em reduções de spread, 12 mil foram convertidos de taxa variável para fixa (dos quais 97% para taxa fixa a dois anos).
Foram ainda bonificados 3.400 contratos ao abrigo do apoio definido pelo Governo em Março.
A CGD destaca ainda que está a receber 50 pedidos por dia no âmbito da nova medida que está em vigor desde o dia 2 e que prevê um "desconto" de 30% na Euribor.
Liderança no créditos e depósitos
A instituição liderada por Paulo Macedo destaca também que mantém a liderança nos depósitos e nos créditos.
Nos depósitos, cuja carteira cresceu de 68,8 mil milhões de euros para 69 mil milhões de euros, tem uma quota de 23,1%. A Caixa tem 31,4% das poupanças dos particulares e 14,5% dos depósitos de empresas.
O volume de crédito a particulares subiu mais de 700 milhões de euros, atingindo 52,8 mil milhões de euros. No crédito, lidera na habitação com 23,3% dos empréstimos. A carteira de empréstimos a empresas teve uma subida residual, alcançando 19,8 mil milhões de euros.
No total, a CGD tem uma quota de 17,8% dos créditos em Portugal.
Daquele valor, 837 milhões de euros foram obtidos na atividade doméstica e 150 milhões na atividade internacional.
"É possível ter resultados e a Caixa ser uma Caixa e não uma Caixinha", ironizou.
Lucro acumulado positivo
Com o lucro obtido entre Janeiro e Setembro, "a CGD consegue saldar os prejuízos que a Caixa teve no período de 2011 a 2016", realçou a CFO Paula Geada.
O somatório de resultados desde esse ano alcança 391 milhões de euros, indo para terreno positivo pela primeira vez. No período da reestruturação associada à recapitalização, entre 2011 e 2016, o prejuízo somado foi de 3,84 mil milhões de euros.
A Caixa conta entregar dividendos de 713 milhões de euros ao Estado relativos ao exercício de 2023, numa média de cerca de 2 milhões por dia. Já contando com esse valor, a instituição financeira contabiliza 1,68 mil milhões de euros de remuneração ao acionista desde a reestruturação. A este valor soma-se a amortização de duas emissões de dívida privada no valor de 500 milhões de euros cada, integrada também no processo de recapitalização. Contas feitas, faltam 825 milhões para que a totalidade da injeção de 3,5 mil milhões de euros seja saldada.
Questionado sobre os mais de 400 milhões de euros de dividendos previstos pelo Governo para 2024, o CEO reafirmou a intenção de "pagar o dividendo que está orçamentado", realçando que "estes resultados permitem esses valores. Dependem do desempenho do terceiro trimestre mas a perspetiva é que esse desempenho possa ser cumprido".
E não rejeitou o cenário de o volume a entregar aos cofres públicos ser maior: "Se a Caixa tiver margem para pagar mais, assim fará", garantiu.
A margem financeira atingiu 2,1 mil milhões de euros, mais do que duplicando os 923 milhões verificados em setembro de 2022. Na atividade doméstica, a margem triplicou para 1,7 mil milhões de euros.
90% dos novos créditos são a taxa fixa ou mista
Contando com as medidas públicas e com iniciativas do próprio banco, a Caixa está a reestruturar "250 a 300 créditos por dia", afirmou Paulo Macedo. Sendo que na nova produção de empréstimos há uma mudança drástica de perfil: os créditos a taxa fixa ou mista, que no início do ano representavam 15% do total, representam agora 90%.
Os 400 mil mutuários de crédito à habitação no banco público (cerca de 10% dos clientes) têm uma dívida média de 64 mil euros. Sendo que o banco notou uma "amortização de créditos bastante significativa", o que também teve impacto nos depósitos.
O banco público renegociou 40 mil contratos de crédito à habitação até outubro. Destas, metade resultaram em reduções de spread, 12 mil foram convertidos de taxa variável para fixa (dos quais 97% para taxa fixa a dois anos).
Foram ainda bonificados 3.400 contratos ao abrigo do apoio definido pelo Governo em Março.
A CGD destaca ainda que está a receber 50 pedidos por dia no âmbito da nova medida que está em vigor desde o dia 2 e que prevê um "desconto" de 30% na Euribor.
Liderança no créditos e depósitos
A instituição liderada por Paulo Macedo destaca também que mantém a liderança nos depósitos e nos créditos.
Nos depósitos, cuja carteira cresceu de 68,8 mil milhões de euros para 69 mil milhões de euros, tem uma quota de 23,1%. A Caixa tem 31,4% das poupanças dos particulares e 14,5% dos depósitos de empresas.
O volume de crédito a particulares subiu mais de 700 milhões de euros, atingindo 52,8 mil milhões de euros. No crédito, lidera na habitação com 23,3% dos empréstimos. A carteira de empréstimos a empresas teve uma subida residual, alcançando 19,8 mil milhões de euros.
No total, a CGD tem uma quota de 17,8% dos créditos em Portugal.