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Luanda quer consolidar e credibilizar banca angolana

O Banco Nacional de Angola pretende fortalecer a banca local com mais "ética e moral" e pela concentração de bancos. Governador quer impor "as boas práticas internacionais". Milennium Altântico iniciou consolidação.

03 de Maio de 2016 às 21:32
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O Banco Nacional de Angola (BNA) pretende credibilizar e fortalecer a banca local, para que o sector financeiro angolano não seja colocado "à margem" do sistema financeiro mundial. A mensagem foi deixada pelo governador do BNA, Valter Filipe Duarte da Silva, na inauguração do primeiro balcão do Millennium Atlântico, instituição resultante da fusão entre a operação angolana do BCP e o Banco Atlântico. Uma operação que, para o responsável máximo da supervisão bancária angolana, é um "marco importante na consolidação do sistema financeiro angolano".

As operações de concentração de bancos são, para Valter Filipe, uma das formas de "criar mais robustez no sistema financeiro" de Angola. Daí que o próprio BNA esteja a "trabalhar numa reestruturação e consolidação de vários bancos angolanos", adiantou o governador, citado pela Lusa. O objectivo desta iniciativa é assegurar a estabilidade do sector financeiro, aumentar o financiamento à economia e, assim, dinamizar a actividade económica.

No entanto, para Valter Filipe é ainda imprescindível "repor a ética e a moral na vida da actividade financeira". O que, para o governador, implica implementar em Angola "as normas prudenciais e as boas práticas nacionais e internacionais e todas as normas de combate ao branqueamento de capitais e de financiamento ao terrorismo". A preocupação do responsável do BNA é contrariar o movimento em curso: "estamos a ficar numa situação em que está a ser colocado o sistema financeiro angolano à margem do sistema financeiro mundial. Isto é grave para a prosperidade das nossas famílias".

Millennium Atlântico quer ir para a bolsa

O primeiro passo no processo de reestruturação da banca angolana arrancou esta terça-feira com o lançamento oficial do Millennium Atlântico, detido em 22,5% pelo BCP e em 77,5% pelos accionistas que controlavam o Banco Atlântico, entre os quais Carlos Silva, presidente da nova instituição. Dentro de três anos, esta estrutura accionista deverá ser alterada, já que, segundo anunciou Nuno Amado em Luanda, a intenção é cotar o Millennium Atlântico em 2019. "Era interessante ser uma bolsa africana e uma bolsa europeia", afirmou o presidente do BCP à Lusa.

Para já, o objectivo é fazer crescer a instituição, que tem 11% de quota de mercado no crédito e de 9% dos depósitos. O objectivo é "claramente ultrapassar os 10% de quota de mercado, com rentabilidade e financiamento è economia", sublinhou o banqueiro.



BNA atento ao caso do BPI em Angola O Banco Nacional de Angola (BNA) está "atento" ao problema de excesso de exposição do BPI ao mercado angolano, resultante da sua posição de controlo no Banco de Fomento Angola (BFA), mas considera que "a solução é dos accionistas", garantiu o governador do supervisor angolano em declarações a Lusa. "O BNA é o regulador e o regulador tem de estar atento", afirmou Valter Filipe, à margem da inauguração do primeiro balcão do Millennium Atlântico, remetendo para o BPI e para a Unitel, accionistas do BFA, a resolução do problema. Para o governador angolano, "o importante é que deste processo, Angola, o povo angolano, a banca angolana saiam reforçados".
Por imposição do BCE, o BPI tinha até 10 de Abril para ter uma solução para reduzir a sua exposição a Angola. Depois do fracasso do acordo entre Isabel dos Santos e o CaixaBank, o grupo catalão lançou uma OPA sobre o BPI para que a exposição a Angola se possa diluir.
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