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Lesados do Novo Banco: "Não há rácio bancário que valha o sofrimento da vida humana"

A associação que junta investidores de papel comercial do GES vendido pelo BES vai manifestar-se em frente ao Banco de Portugal, a 5 de Fevereiro, para pedir o desbloqueio das verbas que reembolsem os seus investimentos.

Miguel Baltazar
02 de Fevereiro de 2015 às 17:05
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É com dois anexos que vem um novo e-mail da associação que junta investidores que adquiriram papel comercial do Grupo Espírito Santo vendido aos balcões do BES, em que é agendada uma manifestação para a próxima quinta-feira, 5 de Fevereiro.

 

No primeiro anexo, há um contrato assinado por um cliente em que se assegura que o investimento em papel comercial da Espírito Santo International, feito em Novembro de 2014, tinha "capital e juros garantidos" no prazo de vencimento, fixado um ano depois.

 

No outro documento, há uma resposta dos serviços de informação do Banco de Portugal a um investidor que diz que "a provisão que acautela o risco relacionado com o reembolso aos clientes de retalho do Banco Espírito Santo de papel comercial do Grupo Espírito Santo foi transferida para o Novo Banco. Compete ao Novo Banco decidir sobre o reembolso do papel comercial do GES".

 

Contudo, praticamente seis meses depois da resolução, aplicada ao BES a 3 de Agosto de 2014, estes investidores continuam sem poder aceder ao capital investido – muito menos aos juros. O papel comercial foi dívida de muito curto prazo emitida pela ESI ou Rioforte, sociedades do Grupo Espírito Santo, sendo que muita dela foi vendida aos balcões do BES. No ano passado, o banco herdou uma provisão de 700 milhões que assegurasse aqueles pagamentos. Nada aconteceu até agora, estando o Novo Banco a preparar uma solução, em conjunto com os reguladores, para que possa haver o pagamento de uma indemnização - e não reembolso. 

 

A mensagem que neste momento os associados têm é para que o Banco de Portugal deixe de bloquear a solução comercial - é isso que têm feito nas últimas semanas. O regulador liderado por Carlos Costa aceita que o Novo Banco pague este papel comercial mas diz que ela só pode ser justificada por razões comerciais que o banco tenha com o cliente – e desde que não danifique os rácios de capital.  

 

"Não há rácio bancário que valha o sofrimento da vida humana", sublinha o e-mail enviado pela Associação Os Indignados e Enganados do Papel Comercial, inicialmente conhecida por Lesados Novo Banco. "Não entendemos como o próprio Banco de Portugal, que devia zelar pelo interesse dos cidadãos que foram vítimas desta burla, não desbloqueia essas verbas".

 

Por esse motivo, os membros desta associação marcaram uma vigília para a próxima quinta-feira, 5 de Fevereiro, para a frente do Banco de Portugal. A manifestação tem início pelas 12 horas mas não tem hora marcada para o seu fecho. 

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