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Leonor Beleza e Rui Vilar vão ser vices da Caixa

Administração da Caixa está praticamente fechada. Não fica ninguém da actual equipa. Emídio Pinheiro sai do BFA para o banco público. Pedro Norton e Bernardo Trindade vão ser não executivos.

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O Governo tem praticamente concluído o dossier da nova equipa para a Caixa. A estrutura organizativa está fechada, os nomes estão quase todos escolhidos e confirmados e, na próxima semana, o Executivo vai levantar as restrições aos salários dos membros do conselho de administração do banco público. António Domingues vai ter Leonor Beleza, ex-ministra de Cavaco Silva, e Rui Vilar, ex-presidente da CGD, como vice-presidentes, apurou o Negócios.

A nova equipa de gestão da Caixa vai ter 19 pessoas. A comissão executiva vai ser constituída pelo presidente, António Domingues, e seis administradores executivos, com experiência no sector privado empresarial, nomeadamente na banca. Um dos nomes é Emídio Pinheiro que vem do BPI, tal como António Domingues, onde é administrador e presidente do Banco de Fomento Angola.

Além disso, a nova equipa deverá contar com 12 administradores não executivos, entre eles, Pedro Norton, ex-CEO do grupo Impresa e Bernardo Trindade, antigo secretário de Estado do Turismo no Governo de José Sócrates.

António Domingues terá dois vice-presidentes: Leonor Beleza, que foi ministra da Saúde no Governo de Cavaco Silva e é actualmente presidente da Fundação Champalimaud, e Rui Vilar, actual membro do Conselho Consultivo do Banco de Portugal, ex-presidente da REN, da Fundação Calouste Gulbenkian e da própria CGD. Segundo apurou o Negócios, Beleza impôs como condição não receber salário, indo acumular o cargo não executivo com a presidência da Fundação.   

A nova administração substitui integralmente a anterior. Da equipa de José de Matos não ficará ninguém. O Governo de António Costa muda também o modelo de governance do banco público. Deixa de haver o modelo de chairman e CEO – o Governo considera que no caso da Caixa há só um accionista, o Estado, e por isso não se justifica aquele modelo de organização. Por outro lado, passa a existir um grupo alargado de administradores não executivos (são 12, dois dos quais estrangeiros) que farão o controlo dos actos de gestão da comissão executiva e representarão vários sectores presentes na sociedade portuguesa.

A estrutura fica completa com o presidente da mesa da Assembleia Geral, uma comissão de remunerações e o conselho fiscal, do qual fará parte Guilherme d’Oliveira Martins, ex-presidente do Tribunal de Contas, agora administrador na Gulbenkian.

No Conselho de Ministros da próxima semana, o Governo quer resolver outra das questões em aberto, com a aprovação de um decreto-lei que levanta as restrições existentes no estatuto do gestor público. Com esta decisão, as remunerações dos membros da nova equipa deixam de estar sujeitas ao limites impostos na lei de 2007, podendo assim ficar alinhadas com os salários praticados no sector financeiro, mais elevados do que os que resultam da legislação em vigor.

Uma das principais e primeiras tarefas da nova equipa é definir uma estratégia para a recapitalização da Caixa, que permita resolver as imparidades e financiar o modelo de negócio que vier a ser definido. O montante para a recapitalização pode ascender a 4.000 milhões de euros, com os aumentos de capital a ser feitos de forma faseada. O Executivo de António Costa quer evitar um modelo de recapitalização que implique ajudas públicas e tenta agora convencer Bruxelas dessa estratégia.  

(Notícia actualizada às 19h49m com a informação de que Leonor Beleza não vai receber salário na Caixa) 
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