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José de Matos critica antigas participações financeiras da CGD
Na primeira audição da comissão de inquérito à Caixa, José de Matos já apontou para um dos problemas do banco: o envolvimento em participações financeiras em empresas e até noutras instituições.
A troika aterrou em Lisboa, em 2011, e obrigou a Caixa Geral de Depósitos a alienar as participações em empresas que não eram estratégicas para o negócio bancário. José de Matos, convidado nesse ano por Vítor Gaspar para a liderança executiva da instituição, concorda. Porque se o banco público tivesse mantido a postura seguida poderia chegar a uma "situação absolutamente impossível".
"A redução das participações financeiras era uma exigência do programa do memorando da troika", contou José de Matos. "Achámos que era conveniente acabar com essas participações todas", disse. Por exemplo, o banco público saiu do capital da operadora Zon (agora na Nos após fusão com a Optimus) e alienou as participações nos seguros (Fidelidade).
Caso a instituição financeira seguisse a aposta nas participações financeiras em empresas poder-se-ia chegar a uma "situação absolutamente impossível".
As participações mais questionáveis são, na óptica de José de Matos, as existentes noutros bancos. "Devia ser estritamente proibido". A Caixa foi accionista do Banco Comercial Português.
"Os bancos servem para dar crédito. As participações financeiras, a detenção de participações accionistas em empresas é um factor de conflito de interesse absoluto", disse, sem concretizar, acrescentando que é possível lembrar de vários casos desse género.