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António Domingues vai ao inquérito à CGD na próxima terça-feira

A quarta audição da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos é a de António Domingues. O depoimento é prestado no dia 27 e acontece porque o CDS impôs a sua vontade à rejeição da esquerda.

Bruno Simão
22 de Setembro de 2016 às 12:02
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António Domingues vai à comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos na próxima terça-feira, 27 de Setembro, segundo a calendarização disponível na página oficial do Parlamento.

 

O actual presidente executivo do banco público vai protagonizar a quarta audição depois dos depoimentos já prestados pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e pelo seu antecessor, José de Matos.

Esta será a primeira vez que António Domingues vai falar publicamente desde que abandonou a vice-presidência do BPI e assumiu a presidência do conselho de administração da CGD. 

 

A audição do CEO do banco público não teve um agendamento pacífico. A proposta de depoimento partiu do CDS que, contudo, esbarrou na vontade da esquerda. Nessa recusa, os partidos que sustentam o Governo defenderam que o inquérito parlamentar é sobre as causas da capitalização e não sobre a operação em si.

 

Só que os centristas tinham uma opinião distinta e acreditavam que é essencial ouvir António Domingues, razão pela qual avançaram com a convocatória potestativa no inquérito parlamentar presidido pelo social-democrata José Matos Correia.

 

Os trabalhos da comissão de inquérito iniciaram a 5 de Julho, quando a iniciativa parlamentar tomou posse. A 27, 28 e 29 desse meses realizaram-se as três audições referidas. Após as férias, já em Setembro, regressaram os trabalhos mas só a 27 de Setembro é que os 17 deputados efectivos da comissão voltam a ouvir as personalidades que chamaram. Pelo meio, houve um acordo entre o Governo português e a Comissão Europeia para a capitalização do banco público em 5.160 milhões de euros, 2.700 milhões dos quais em dinheiro estatal fresco.

 

A comissão terá ainda mais pessoas a ouvir – os partidos já as elencaram mas ainda não há mais datas agendadas –, continuando ainda as dúvidas sobre os documentos solicitados. Há entidades, como o Banco de Portugal, que já avisaram que não vão enviar todos os documentos pedidos.

 

No final do inquérito, e como acontece com todas as comissões de inquérito, haverá um relatório final. O documento está a cargo do deputado socialista Carlos Pereira que, na semana passada, escreveu um texto de opinião no Jornal Económico tirando já duas conclusões sobre a CGD.

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