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Investimento ruinoso na La Seda pode custar 900 milhões à CGD

Depois do caso dos empréstimos a accionistas do BCP, a La Seda será o negócio mais ruinoso em que a Caixa se envolveu nos últimos anos. Ao todo, estarão em causa 900 milhões de euros, escreve o jornal Público.

David Martins/Correio da Manhã
Negócios 02 de Novembro de 2016 às 09:01
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Há dez anos, a Caixa Geral de Depósitos recebeu indicações políticas para se envolver no investimento e financiamento da La Seda, empresa espanhola que já se encontrava em dificuldades. Dez anos depois, o dossiê está em cima da secretária de António Domingues e poderá custar à Caixa 900 milhões de euros, escreve o jornal Público.

A entrada da Caixa na La Seda foi uma determinação política de José Sócrates e do seu ministro da Economia, Manuel Pinho, que defendiam que as empresas portuguesas deviam ter um perfil ibérico. À frente da Caixa estavam Carlos Santos Ferreira e Armando Vara, que deram suporte financeiro ao desígnio político, recorda o jornal diário.

A Caixa tem vários negócios ruinosos a pesar no seu balanço, mas o da La Seda será um dos mais significativos, com o Público a quantificar o montante provável das perdas em 900 milhões de euros.

Em causa estão créditos do banco público na La Seda (empresa espanhola que produzia poliéster termoplástico), na Artland (empresa portuguesa, fornecedora da La Seda) e na Selenis (também portuguesa, accionista da La Seda), que hoje em dia estão insolventes.

Na La Seda, a CGD investiu 121,3 milhões de euros e deu financiamentos de 75 milhões; na Artland aplicou 225 milhões e reclama créditos de 520 milhões; e à Selenis emprestou 165 milhões de euros.

O Público escreve que o assunto já poderia ter sido resolvido, se o executivo de Pedro Passos Coelho tivesse dotado a Caixa dos capitais necessários, como chegou a ser pedido pela anterior administração, tendo o dossiê caído no colo de António Domingues.

Além do La Seda, o jornal recorda também os empréstimos feitos pela CGD a accionistas do BCP em 2007 e que ultrapassam mais de mil milhões de euros.

O projecto de António Domingues será aproveitar o fecho de 2016 para reflectir todos os negócios ruinosos nas contas. No caso da La Seda, a quase totalidade das perdas potenciais já foram provisionadas nas contas no banco público.
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