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Horta Osório vai analisar “opções estratégicas” do Credit Suisse após colapso do Archegos

Naquelas que são as primeiras declarações no papel de “chairman” do Credit Suisse, António Horta Osório indica que tem planos para uma análise das opções estratégicas da instituição financeira, após os colapsos da Archegos Capital e da Greensill Capital.

2021 - Credit Suisse
reuters
30 de Abril de 2021 às 11:45
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O português António Horta Osório é o primeiro estrangeiro a assumir o cargo de presidente do conselho de administração do Credit Suisse. Em declarações avançadas pela agência Bloomberg, Horta Osório referiu na assembleia-geral do banco que será necessário algum tempo para avaliar as "opções estratégicas" disponíveis após o duplo colapso dos "family office" [entidade de gestão e investimento do património de famílias com elevadas fortunas] Archegos Capital e da Greensill Capital.

Estes colapsos criaram uma crise de confiança na instituição financeira - desde que os primeiros problemas foram detetados, a 29 de março, as ações do banco já caíram perto de 10%.

"Vamos tirar o tempo necessário para fazer uma avaliação profunda das opções estratégicas do banco", disse o gestor português. "Depois vamos optar por um caminho de ação e supervisionar de perto a execução".

António Horta Osório assume funções a partir deste sábado, dia 1 de maio, após mais de uma década na liderança do britânico Lloyds Bank. Horta Osório demonstrou ainda apoio a Thomas Gottstein, o CEO do Credit Suisse. Gottstein prometeu "restaurar a calma" no banco, referindo que os últimos desenvolvimentos "deixaram uma marca".

No caso do colapso da Greensill, a entidade britânica viu o banco que detém ser encerrado e o fundo que geria com o Credit Suisse ser liquidado, acabando por declarar insolvência. Já no colapso da Archegos, o alarme começou a soar quando grandes blocos de ações de várias empresas começaram a ser despejados no mercado no valor de milhares de milhões de dólares. Sem capacidade para reforçar as margens exigidas pelos bancos, o fundo foi forçado a vender as suas posições alavancadas, provocando um verdadeiro tumulto em Wall Street.

O Credit Suisse fez uma amortização de 4 mil milhões de euros devido à grande exposição que tinha no Archegos Capital Management, para enfrentar a perda esperada após a implosão.

"Um período duro e decisões difíceis pela frente"
Através de comunicado, o Credit Suisse anunciou que António Horta Osório foi eleito com uma maioria de 96,4% para o cargo de "chairman". Também Clare Brady e Blythe Masters foram aprovados como novos membros do conselho de administração. 

O novo "chairman" refere que pretende "ouvir a organizaçã e iniciar um diálogo com todos os "stakeholders" relevantes para conseguir obter uma melhor compreensão das forças e fraquezas" do banco suíço. "Precisamos de abraçar uma cultura que reforce a importância da gestão de risco, garante que temos todos os incentivos certos no lugar, incluindo a nível de remuneração e que se foca na responsabilidade pessoal e na responsabilização". 

"Temos um período duro e decisões difíceis pela frente. Não há soluções milagrosas nem coisas infalíveis", afirmou o gestor português. "Têm o meu compromisso pessoal de que vou trabalhar incansavelmente com o "board" e a equipa de gestão para enfrentar os desafios que estão à nossa frente."

(notícia atualizada para incluir resultados da assembleia-geral)
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