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Horta-Osório espera decisão sobre estratégia do Credit Suisse até ao fim do ano

Na primeira entrevista no papel de "chairman", Horta-Osório descreve as primeiras semanas como "intensas" e frisa que o banco suíço precisa de estratégia para recuperar da atual crise e posicionar-se a longo prazo.

2011 - Lloyds Bank
reuters
01 de Julho de 2021 às 15:03
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Em entrevista ao jornal Neue Zuercher Zeitung, a primeira desde que assumiu o cargo de "chairman" do Credit Suisse, o português António Horta-Osório antecipa que possa existir uma decisão sobre a estratégia do banco até ao final deste ano.

Após liderar o Lloyds, no Reino Unido, Horta-Osório aceitou o desafio do Credit Suisse. O português é o primeiro estrangeiro a ocupar o cargo de "chairman", com o desafio de reconstruir a confiança na instituição depois dos colapsos do "family office" Archegos (entidade de gestão e investimento do património de famílias com elevadas fortunas) e da Greensill Capital.

Estes colapsos criaram uma crise de confiança na entidade financeira. Desde que os primeiros problemas foram detetados, a 29 de março, as ações do banco já caíram perto de 10%.

A entrevista à publicação suíça acontece sete semanas após Horta-Osório assumir o cargo. O banqueiro descreveu as primeiras semanas como "intensas", sublinhando que o banco precisa não só de traçar uma estratégia que permita recuperar das crises a curto prazo, mas também posicionar-se a longo prazo.

"Tenho uma visão clara da direção que o banco deve tomar", frisou nesta entrevista. "Para mim a questão não é ‘o que é que precisamos de fazer para garantir que isto funciona desta vez?’ mas sim ‘por que razão não está o banco a fazer progressos, apesar de ter um grupo fantástico de clientes na Suíça, Europa e um elevado crescimento na Ásia". E destacou que um dos principais pontos fortes do banco reside no serviço a empreendedores e a famílias ricas.

"Temos de concordar na forma como podemos servir melhor estes clientes e como podemos ser mais competitivos - no que é que isso significa para o banco como um todo", destacou Horta-Osório.

Já sobre os colapsos recentes no segundo maior banco da Suíça - situação que classificou como "inaceitável" -, estabeleceu uma comparação com um carro de corrida "que está numa auto-estrada com as rodas mal colocadas". O gestor não vai apostar em soluções rápidas, notando "que uma mudança cultural requer tempo".

Questionado sobre o futuro do banco, Horta-Osório afirmou que "ainda é muito cedo para antecipar o resultado das discussões do conselho de administração". "Estamos na fase inicial do novo posicionamento estratégico", referiu.
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