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Horta-Osório prevê que contribuintes britânicos encaixem quase 600 milhões com venda do Lloyds
Com 0,25% da participação assumida pelo Estado britânico aquando do resgate ao Lloyds ainda por vender, o CEO do banco estima que o Tesouro britânico saia a ganhar com a operação de salvação.
A passagem do banco Lloyds para mãos inteiramente privadas, no Reino Unido, deverá permitir ao Tesouro britânico encaixar cerca de 500 milhões de libras (590 milhões de euros à cotação actual).
A conta do ganho líquido do Estado britânico com a reprivatização do banco nacionalizado na sequência da crise económica e internacional foi feita esta quinta-feira, 11 de Maio, pelo CEO do Lloyds Bank, o português António Horta-Osório (na foto), durante a assembleia-geral da instituição.
"Temos muito orgulho no facto de o Governo ter recebido mais do que os 20,3 mil milhões de libras que colocou [no banco]. Estamos a dias de um grande marco", disse o presidente executivo do banco, citado pela Bloomberg, referindo-se aos menos de 1% (0,25% concretamente) da participação pública que ainda faltam alienar.
A 21 de Abril o Tesouro britânico anunciava já ter recuperado os 20,3 mil milhões de libras empenhados na injecção de capital que passou para as mãos do Estado uma fatia de 43% do capital do Lloyds. Nessa altura, tinha ainda 1,4% das acções.
A venda das participações estatais começou em Setembro de 2013 e foi retomada em Outubro passado com o objectivo de concluir, no espaço de 12 meses, a venda da participação de 9,1% que o Estado então detinha. Ao fim de seis meses, já se desfez de quase tudo o que tinha em mãos.
As acções do Lloyds descem 0,57% em Londres, para 0,69 libras.
A Bloomberg recorda que o tesouro do Reino Unido ainda possui uma carteira de acções de outro banco problemático, o Royal Bank of Scotland. Neste caso, corresponde a 70% do capital e uma alienação destes activos acontecerá quase certamente abaixo do preço do resgate, admitiu o ministro britânico das Finanças, o que resultará em perdas de milhares de milhões de libras.