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Brexit pode levar Lloyds a criar subsidiária na Europa continental

O objectivo é assegurar que as carteiras de clientes holandeses e alemães continuam a ter acesso ao sistema de pagamentos europeu em caso da exclusão do Reino Unido do mercado único.

Luke MacGregor/Bloomberg
28 de Dezembro de 2016 às 12:30
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Perante a possível perda de acesso ao mercado único europeu resultante da desvinculação efectiva do Reino Unido da União Europeia, o Lloyds está a estudar a possibilidade de criar uma subsidiária na Europa continental para manter os seus clientes de retalho.

Caso tal venha a acontecer, o banco liderado pelo português Horta Osório (na foto) pode estabelecer uma subsidiária na Holanda ou na Alemanha como forma de garantir que os clientes ali sediados possam ter acesso ao sistema de pagamentos europeu, conta o Financial Times desta quarta-feira, 28 de Dezembro, citando fontes não identificadas.

Segundo aquela publicação, o Lloyds – que foi intervencionado pelo Estado na sequência da crise económica e financeira de 2008 e onde o governo tem vindo a vender as suas participações, estando agora com menos de 7% do banco – é a única grande instituição financeira sem uma subsidiária noutro país europeu.

Assim, o Lloyds Banking Group deverá passar uma das duas filiais a subsidiária, reforçando pessoal e capital nessa operação. O banco tem uma carteira de 8.000 milhões de libras (9,37 mil milhões de euros à cotação actual) em hipotecas junto de clientes holandeses e 14 mil milhões de euros em depósitos de clientes alemães de banca online.

Caso se mantenha o acesso ao mercado único, estas carteiras deverão ser integradas na nova estrutura que o banco criará para cumprir com as novas regras de controlo e isolamento do negócio de retalho de riscos associados às actividades de banca de investimento no Reino Unido. Mas caso se verifique a saída da área económica europeia as leis podem ser alteradas para evitar que os clientes daquele espaço sejam abrangidos por este isolamento.

Recentemente o banco Santander abandonou a intenção de separar as suas unidades de negócio de crédito ao consumo e de banca empresarial no Reino Unido que pretendia responder às exigências de controlo de riscos do Banco de Inglaterra.

A suspensão do processo dará assim mais flexibilidade ao quinto maior banco de retalho presente no país para poder transferir, se assim o entender devido às consequências do Brexit, parte das suas operações para fora do Reino Unido. 

O Reino Unido decidiu em referendo a 23 de Junho passado, por maioria de 52%, a saída da União Europeia. O governo britânico estabeleceu como prazo para o início das conversações para a saída efectiva – que deverão demorar dois anos – o final do próximo mês de Março. O processo está no entanto à espera do Supremo Tribunal, que deverá decidir se o Parlamento tem ainda de validar o resultado do referendo.

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