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Horta Osório: Lloyds "recuperou completamente a força financeira"

O presidente do Lloyds Bank, Horta Osório, afirmou hoje que a aquisição da unidade de cartões de crédito ao Bank of America, a primeira desde a ajuda pública, é mais uma prova da recuperação financeira da instituição.

António Horta Osório, presidente do Lloyds Bank, é o 11.º Mais Poderoso de 2016.
20 de Dezembro de 2016 às 15:03
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"O que permite ao Lloyds esta aquisição é que, depois de ter sido intervencionado pelo Estado inglês, o banco recuperou completamente a sua força financeira: passou a pagar dividendos há dois anos, já devolveu aos contribuintes britânicos mais de 17,5 mil milhões de libras [20,8 mil milhões de euros], com lucro, dos mais de 20 mil milhões [23,8 mil milhões de euros] que o Estado injetou", afirmou à Lusa Horta Osório.

 

O Lloyd's Banking Group anunciou hoje que irá comprar ao Bank of America a unidade de cartões de crédito da instituição norte-americana no mercado do Reino Unido por 1,9 mil milhões de libras (2,261 mil milhões de euros).

 

Em declarações à Lusa, o presidente executivo do Lloyds Bank sublinhou que esta é a primeira aquisição que o banco faz nos últimos oito anos, realçando que o negócio permite reforçar a quota nos cartões de crédito de 15% para 26%.

 

"Apareceu uma oportunidade na área de cartões de crédito, que correspondia totalmente às nossas aspirações estratégicas", declarou, referindo que o Lloyds também está a crescer "bem organicamente nessa área".

 

No dia em que o negócio foi anunciado, Horta Osório não descartou que o banco britânico aproveite ainda "outras oportunidades" de crescimento por aquisição: "Se houver outras oportunidades, igualmente com retorno alto para os accionistas, aproveitaremos, mas o objectivo é crescer organicamente, como tem vindo a crescer na área das pequenas e médias empresas", declarou.

 

O banqueiro português realçou que "o Lloyd's é o maior banco de retalho comercial inglês e está completamente focado em apoiar a economia inglesa", contando com cerca de 25% dos clientes em Inglaterra.

 

"Mas na área de cartões de crédito estamos sub-representados, tendo apenas 15% do mercado. Com esta aquisição da área dos cartões de crédito, ficamos com cerca de 26% do mercado, em linha com a quota de mercado que temos nos clientes", acrescentou.

 

Esta aquisição será financiada através de uma "geração interna de capital", explicando o banqueiro que "o Lloyd's gera actualmente 3,5 mil milhões de libras de capital por ano e esta transacção representa 1,9 mil milhões, isto é, cerca de metade do capital".

 

O banco indicou que o negócio, que manterá a marca MBNA, ficará concluído na primeira metade de 2017, depois das necessárias aprovações das autoridades reguladoras.

 

A unidade apresenta activos valorizados em sete mil milhões de libras (8,330 mil milhões de euros).

 

De acordo com os detalhes do acordo, o Lloyd's comprará a MBNA à FIA Jersey Holdings Limited, subsidiária do Bank of America, o que permitirá poupanças anuais em torno dos 100 milhões de libras (119 milhões de euros) dentro de dois anos.

 

O Governo britânico reduziu na semana passada a participação detida no Lloyds, para menos de 7% do capital social da instituição financeira, depois de em 2009, durante a crise financeira internacional, ter entrado no capital do banco ficando na altura com 43,4% de participação. 

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