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"Horrível" e "brutal": Goldman dá meia hora a trabalhadores despedidos para saírem

Além disso, houve quem não tenha recebido o bónus pelo trabalho levado a cabo no ano passado. O banco pretende despedir até 3.200 pessoas.

O Goldman Sachs foi, entre os gigantes de Wall Street, o que mais gastou para reter talento. Ao todo, a instituição desembolsou 18 mil milhões de dólares em 2021, um aumento de 30% face a 2020. Se não fossem estes custos, a despesa do banco teria diminuído 9%, em termos homólogos, de acordo com as contas da Bloomberg Intelligence.

Para este ano, o CFO do banco, Denis Coleman, garantiu durante a conferência com analistas 'que iremos continuar a criar um ambiente de trabalho competitivo', ainda que não espere 'um aumento dos custos operacionais sobre esta matéria, nos próximos tempos.
Brendan McDermid /Reuters
12 de Janeiro de 2023 às 12:07
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Sem pagar qualquer bónus pelo trabalho passado e com 30 minutos para arrumar as coisas e sair. Foi assim que o Goldman Sachs executou a sua mais recente onda de despedimentos, segundo avança o Financial Times (FT).

Os pagamentos feitos aos trabalhadores que estão de saída foram bastante diferentes entre si, tendo havido quem não tenha recebido o bónus pelo trabalho levado a cabo no ano passado.

Muitos gestores no topo da cadeia hierárquica, logo a seguir aos sócios do banco, serão pagos até ao final de janeiro e de seguida vão ainda receber três meses de licença, segundo fontes conhecedoras do assunto, citadas pelo diário britânico.

Já os perfis mais juniores vão receber dois meses de indemnização. Os líderes de várias equipas do banco descreveram o processo como "horrível" e "brutal", já que os funcionários apareceram para trabalhar, sem fazer ideia que nesse mesmo dia seriam despedidos.

Num comunicado publicado esta quarta-feira, o Goldman sublinhou que este "é um momento difícil" e acrescentou que está "grato pelo contributo" dos seus ex-colaboradores, tendo ainda assegurado que está a apoiar os funcionários "para facilitar esta transição".

"Agora, o nosso desafio é preparar a empresa para as próximas oportunidades face a um ambiente macroeconómico desafiante", remata a nota.

Depois de ter aumentado desde 2019 a sua força de trabalho em cerca de 30%, a inflação a par das perspetivas em torno de uma recessão obrigaram o banco a realizar uma leva de despedimentos, à semelhança dos seus pares do setor bancário.

O banco de investimento liderado por David Solomon pretende cortar até 3.200 postos de trabalho, cerca de 6,5% da força de trabalho do banco de investimento, composto por 49 mil trabalhadores, segundo os números avançados a semana passada pelo FT e pela Bloomberg.

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