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Governo exige mais uma mulher na administração do Banco de Portugal

Carlos Costa apresentou os nomes de três homens ao Governo para a administração do Banco de Portugal, mas o Executivo só deu luz verde a dois, tendo exigido a entrada de uma mulher. A escolha deverá recair em Ana Paula Serra, escreve hoje o Público.

Bruno Simão
Negócios 01 de Março de 2017 às 09:23
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O governador do Banco de Portugal propôs ao Governo a entrada de três homens na administração do regulador bancário, mas o Executivo chumbou um deles, pedindo a Carlos Costa que colocasse na lista pelo menos uma mulher, escreve hoje o Público. O Governo terá dado luz verde a Luís Laginha de Sousa, de saída da presidência da Euronext, e a José Cadete de Matos, que já está actualmente no Banco de Portugal como director do Departamento de Estatística.

 

O terceiro nome proposto por Carlos Costa foi o de Rui Carvalho, que dirige o Departamento de Mercado do Banco de Portugal. Este nome não agradou ao Executivo, onde haverá sectores que têm pouca confiança neste dirigente, refere a publicação. Segundo escreve o Público, o Governo discordou desta indicação do governador e sugeriu a indicação de uma mulher para a administração do regulador, que actualmente conta apenas com Elisa Ferreira como única representante do género feminino.

 

Apesar de ainda não ser claro se Rui Carvalho vai ou não entrar na administração – uma vez que há quatro lugares para preencher –, Carlos Costa já apresentou uma proposta para cumprir as exigências do Governo, sugerindo a entrada de Ana Paula Serra na administração do Banco de Portugal. Ana Paula Serra é vogal do conselho de auditoria do regulador bancário e é professora na Faculdade de Economia do Porto.

 

De acordo com o Público, o Governo também quererá que Elisa Ferreira suba a vice-governadora, mas essa decisão cabe a Carlos Costa (ao contrário do que acontece com os nomes dos novos administradores, que têm de ser aprovados em Conselho de Ministros e passar por uma audição na Assembleia da República).

 

Estas mudanças precipitam-se agora porque estão de saída do Banco de Portugal os vice-governadores Pedro Duarte Neves, que já não pode renovar o mandato, e José Ramalho, que dirige o Fundo de Resolução (e que vai sair apesar de poder renovar o mandato, avançou o Expresso). Há ainda dois lugares na administração que não foram ainda preenchidos por Carlos Costa.

A actual administração liderada por Carlos Costa tem dois vice-governadores e três administradores - Hélder Rosalino, Elisa Ferreira e Luís Máximo dos Santos.

Rosalino e Elisa reforçam influência

 

O Expresso notava, há uma semana, que, com estas mudanças, Carlos Costa está cada vez mais isolado na liderança do regulador. Em sentido contrário, o ex-secretário de Estado de Passos Coelho, Hélder Rosalino, tem vindo a ganhar peso como administrador responsável por pelouros como os recursos humanos e tesouraria. Também Elisa Ferreira, responsável pela supervisão prudencial, estará a reforçar a sua influência na instituição.

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