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Desbloqueadas nomeações para o Banco de Portugal

A proposta feita pelo BdP prevê a subida de Elisa Ferreira e Máximo dos Santos a vice-governadores. Ana Paula Serra e Laginha de Sousa são os novos administradores . Caem Rui Carvalho e Cadete de Matos.

Miguel Baltazar
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Bandeira branca no Banco de Portugal. Já foram acordadas as nomeações para o novo conselho de administração. A nova proposta enviada pelo regulador esta semana, que deixa cair dois nomes face à anterior, recebeu luz verde do Executivo, segundo avança o Expresso e confirmou já o primeiro-ministro.

 

"Ainda hoje o senhor governador do Banco de Portugal propôs ao Governo a nova composição para o Banco de Portugal, que foi aceite pelo Governo," afirmou António Costa aos jornalistas, em Beja, à margem da Ovibeja. O primeiro-ministro respondia a questões sobre os nomes indicados para o Conselho de Finanças Públicas, que o Governo não aceitou, e deu o exemplo da aprovação dos nomes para o BdP para dizer que "não há problema nenhum com o Conselho de Finanças Públicas".  

 

Na lista proposta por Carlos Costa e aceite pelo Governo, noticiada pelo Expresso, Elisa Ferreira e Luís Máximo dos Santos, os mais recentes membros da administração do regulador, sobem a vice-governadores, ocupando as vagas deixadas por Pedro Duarte Neves e José Berberan Ramalho. Além destes dois nomes, surgem duas novas personalidades cujas indicações já tinham sido noticiadas: Ana Paula Serra, vogal do conselho de auditoria do Banco de Portugal, e Luís Laginha de Sousa, antigo líder da Euronext.

 

Esta lista saiu do regulador esta semana e o Governo já deu o seu aval. "Confirma-se" é a resposta ao Negócios do Ministério das Finanças. O Banco de Portugal não faz comentários. Falta agora a oficialização até porque é necessária audição parlamentar dos novos nomes. 

 

Ministro e governador cedem

 

Com a aprovação da lista coloca-se um ponto final num braço-de-ferro que causou tensão entre o Ministério das Finanças e o Banco de Portugal. Para isso, o governador fez uma nova proposta em que já não constavam dois dos nomes inicialmente avançados: Rui Carvalho e João Cadete Matos.

 

Na lista inicial, Carlos Costa tinha proposto, além da subida a vice da ex-eurodeputada e do antigo presidente do BES "mau", dois nomes acordados com o Ministério das Finanças: João Cadete de Matos, director de estatística, e Laginha de Sousa. Rui Carvalho, director de mercados e gestão de reservas do Banco de Portugal, era uma escolha do governador.

 

Só que entretanto Centeno pediu a inclusão de uma mulher, de onde surgiu a proposta de Ana Paula Serra. Havendo mais um membro, o Ministério das Finanças não aceitou a nomeação de uma administração tão grande e não aceitava a lista que incluia Rui Carvalho. O governador, por sua vez, não aceitava desfazer o convite.

 

O acordo chegou esta sexta-feira – no mesmo dia em que o PS criticou o Banco de Portugal por ficar com reservas do país – com dois nomes a menos do que a anterior proposta (Rui Carvalho e Cadete de Matos).


Com estas nomeações, que estavam bloqueadas há meses, o conselho de administração continua a ser liderado por Carlos Costa, mantendo-se Hélder Rosalino como administrador. Pedro Duarte Neves, em funções há uma década, abandona o cargo de vice-governador. Berberan Ramalho já tinha abandonado mesmo no final do mandato. Ficam seis membros na administração. 

"O Ministério das Finanças afirma que o nome do Dr. João Cadete Matos não foi proposto pelo Governo e também não foi rejeitado pelo Governo", referem as Finanças, acrescentando que "foi o Governador do BdP que propôs e que retirou o nome".

(notícia actualizada às 14:10 de 29 de Abril com reacção do Ministério das Finanças)

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