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Marcelo recebeu Carlos Costa para mediar crise

O Presidente da República recebeu o governador do Banco de Portugal, depois de ter sido alvo de críticas, de acordo com o Expresso e com o Público.

O Presidente da República recordou o antigo chefe de Estado Mário Soares, acima de tudo, como um 'lutador da liberdade', e defendeu que Portugal tem o dever de combater pela 'imortalidade do seu legado'. Numa declaração de cerca de quatro minutos, lida na Sala das Bicas do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que 'Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador e para ter uma causa para a sua luta: a liberdade', e considerou que esse foi 'o penúltimo combate' que travou. 
'Resta a Mário Soares, como inspirador, travar o derradeiro combate, aquele em que estamos e estaremos todos com ele: o combate pela duradoura liberdade com justiça na nossa pátria comum, que o mesmo é dizer, o combate da imortalidade do seu legado, um combate que iremos vencer, porque dele nunca desistiremos, tal como Mário Soares nunca desistiu de um Portugal livre, de uma Europa livre, de um mundo livre. E, no que era decisivo, ele foi sempre vencedor', acrescentou.
'Travado o seu penúltimo combate, partiu do nosso convívio de todos os dias o Presidente Mário Soares', declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no início da sua intervenção.
De gravata preta, o Presidente da República relembrou momentos marcantes da vida política de Mário Soares, dizendo que, 'como toda a personalidade de eleição, conheceu a glória e o revés, os amores e os desamores de cada instante', e lembrando também que teve ao seu lado 'Maria de Jesus Barroso, sua mulher e sua companheira de luta', que morreu em 2015.
'Há imagens únicas que ninguém esquecerá: a presença corajosa ao lado de Humberto Delgado, a resistência a partir do exílio, a chegada a Santa Apolónia, o discurso na Fonte Luminosa, o debate com Álvaro Cunhal, a disponibilidade para servir como primeiro-ministro em duas crises financeiras graves, a tenacidade no termo da primeira volta das presidenciais de 86, o calor irrepetível no encontro com os portugueses nas presidências abertas, a alegria no diálogo com as gentes da cultura, o sonho de um Timor-Leste independente, a presença na manifestação contra intervenção no Iraque', referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou, acima de tudo, o antigo chefe de Estado, como um lutador pela liberdade, em Portugal, na Europa e no mundo: 'Foi em homenagem à liberdade que se viu perseguido, preso e deportado, e viveu no exílio até 1974. Que por ela se bateu durante os conturbados anos da revolução. Que liderou um partido, fez ouvir a sua voz nos parlamentos, português e europeu, chefiou vários governos, presidiu aos destinos da pátria'.
'Mas foi sobretudo como lutador da liberdade que se revelou determinante a criar a nossa democracia, a votar a nossa Constituição, a ver a lusofonia como comunidade de Estados soberanos e irmãos, a pedir a adesão às Comunidades Europeias e a subscrevê-las, sonhando com uma Europa das pessoas e da solidariedade. A abrir a nossa diplomacia ao mundo, a condenar as violações dos direitos humanos e as intolerâncias internacionais. A defender a igualdade que permitisse a verdadeira liberdade, num quadro de um socialismo democrático', completou.
Bruno Simão
Negócios 06 de Março de 2017 às 18:38
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Marcelo Rebelo de Sousa terá recebido o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, este fim-de-semana, depois das duras críticas de que o responsável foi alvo e depois do impasse em torno das nomeações para o regulador.

 

A notícia é avançada pelo Expresso e pelo Público, que diz que os dois responsáveis articularam a reacção aos ataques de que Carlos Costa tem sido alvo. E esta segunda-feira, 6 de Março, foi noticiado que Carlos Costa pretende responder na Assembleia da República a "um conjunto de acusações à supervisão que distorcem aquilo que é a realidade do que se passou". Em causa estão informações divulgadas pela SIC sobre a intervenção do governador do Banco de Portugal (BdP) no âmbito do caso BES.

 

O Bloco de Esquerda e o PCP continuam a pedir a demissão de Carlos Costa. O primeiro-ministro já afastou essa possibilidade, realçando que "aquilo que compete ao actual Governo é trabalhar com o governador".  

 

À direita, Pedro Passos Coelho defendeu que Carlos Costa tem condições para cumprir o mandato e criticou mesmo "o Governo e a maioria que o acompanha" por "amesquinhar ou mesmo ameaçar" quem se pronuncia de uma forma que "não seja simpática para o que esta quer ouvir". Assunção Cristas, líder do CDS, recusou pronunciar-se sobre este assunto.

 

O Banco de Portugal tem estado também sob os holofotes também devido às nomeações. Elisa Ferreira e Máximo dos Santos vão ser vice-governadores do Banco de Portugal. O nome de Rui Carvalho, que o governador queria na equipa, foi vetado pelo Governo, tal como meia dúzia de nomes.

Ainda este domingo, 5 de Março, Luís Marques Mendes, sugeriu, no comentário semanal na SIC, que o Presidente da República mediasse o processo e o governador e que este se vá explicar ao parlamento.

 

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