Notícia
GES aconselhou milionários a evitar amnistia fiscal
Responsáveis do Grupo Espírito Santo desaconselharam clientes a legalizar dinheiro clandestino na Suíça, numa altura em que Ricardo Salgado recorria à amnistia fiscal, avança o Correio da Manhã.
A Compagnie Financiére Espírito Santo SA, empresa financeira do universo do grupo Espírito Santo Financial Group (ESFG), desaconselhou clientes milionários com contas na Suíça a aderirem à amnistia fiscal de 2012.
Segundo avança esta segunda-feira o Correio da Manhã, a sociedade enviou cartas aos seus clientes com milhões de euros depositados na Suíça explicando que, como a adesão ao RERT II (regime excepcional de regularização tributária) implicava uma descrição da conta e dos montantes que estavam no estrangeiro, bem como do banco onde o dinheiro estava depositado, o melhor era manterem o dinheiro clandestinamente na Suíça.
O jornal diário diz ainda que a carta enviada pela Compagnie Financiére deixava implícita que uma transferia de fundos para Portugal podia deixar os clientes vulneráveis a problemas com a justiça.
O desincentivo à legalização dos capitais ocorreu numa altura em Ricardo Salgado aderia à amnistia fiscal para legalizar o dinheiro que tinha lá fora.
O RERT II ocorreu no primeiro semestre de 2012 e passou uma esponja nos crimes fiscais de quem declarasse o dinheiro guardado clandestinamente no estrangeiro, a troco do pagamento de uma taxa.
A amnistia acabou por ter uma adesão recorde, uma vez que coincidiu com a pressão internacional, nomeadamente dos Estados Unidos, sobre as regras do sigilo bancário suíço.