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Forero: "Será muito difícil para a banca aumentar margem financeira" se BCE voltar a baixar juros

O prolongamento da política de baixas taxas de juro por parte do BCE "não é uma boa notícia para as margens financeiras dos bancos europeus", diz Pablo Forero, presidente do BPI.

29 de Julho de 2019 às 11:28
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Será "muito díficil" que os bancos europeus consigam aumentar a margem financeira nos próximos tempos, se o Banco Central Europeu (BCE) mantiver a política de juros baixos - com valores cada vez mais baixos e por períodos mais prolongados do que era esperado. A posição é de Pablo Forero, presidente do CaixaBank BPI, que, esta segunda-feira, 29 de julho, apresenta os resultados semestrais do banco.

"Continuamos a aumentar a margem financeira, o que é muito difícil nesta situação do mercado e tem muito mérito. É muito difícil que os bancos continuem a aumentar a margem financeira com taxas negativas durante mais tempo e, provavelmente, ainda mais negativas do que o previsto", afirmou o presidente do BPI aos jornalistas, em conferência de imprensa.

"Todos achávamos que ia ser um período extraordinário de taxas negativas, mas tudo parece indicar que isto pode converter-se num longo período de taxas ainda mais negativas, que pode durar sete ou oito anos. Esta não é uma boa notícia para as margens financeiras dos bancos europeus", acrescentou.

No primeiro semestre deste ano, o BPI alcançou lucros de 134,5 milhões de euros, valor que representa uma quebra de 63% face a igual período do ano passado. A margem financeira (a diferença entre juros pagos em depósitos e juros recebidos em créditos e que serve de base das receitas do banco) cresceu em 3,7% e totalizou 214,8 milhões de euros.

Na semana passada, o BCE decidiu manter as taxas de juro diretoras inalteradas, um nível que deverá manter-se até ao final do primeiro semestre de 2020. Contudo, o banco central já admite, até essa altura, os juros podem ficar "em níveis mais baixos", abrindo a porta a uma redução dos juros na reunião de setembro.

"Excelente resultado comercial"

Apesar da quebra dos lucros, Pablo Forero lembrou que o primeiro semestre do ano passado foi marcado por eventos extraordinários que não se repetiram este ano. No ano passado, o BPI beneficiou de impactos positivos extraordinários de 118 milhões, decorrentes essencialmente da venda departicipações. Também a alteração da classificação contabilística ado BFA no finald e 2018 impactou os resultados, já que o banco angolano passa agora a contribuir para as contas do BPI apenas através do pagamento de dividendos.

Pablo Forero salienta, assim, um "primeiro semestre muito positivo para o banco, sobretudo por um excelente resultado comercial".

Notícia atualizada às 11h36 com mais informação.
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