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Faria de Oliveira: "Probabilidade de bancos passarem a prejuízos este ano é grande"
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos afirma que o nível de provisionamento dos bancos será novamente muito superior este ano, num período em que o setor vai ser fortemente penalizado pela pandemia.
"Tudo indica que vamos ter a maior recessão provavelmente desde que sou vivo. E quando há uma recessão automaticamente a banca é profundamente afetada", referiu Faria de Oliveira, em declarações à rádio Observador, esta quarta-feira, notando que a sua expectativa vai ao encontro de um cenário mais pessismista do que aquele que foi apontado pelo Banco de Portugal.
"Cada mês em 'lockdown' [quarentena] representa um decréscimo enorme" da atividade. Nesse sentido, "a probabilidade de os bancos passarem novamente a ter resultados negativos já este ano é grande", alertou o presidente da associação que representa os bancos nacionais.
"Os bancos terão de fazer tudo para evitar situações complicadas, mas vai ser muito difícil", isto num período, explicou, em que se deverá registar um "nível de provisionamento muito superior". Os bancos "necessitam de gerir com muita prudência os seus balanços".
Faria de Oliveira afirmou ainda que a "banca está novamente a ser objeto de um determinado ataque contra os bancos". E por parte de "porta-vozes inesperados", recusando clarificar se estaria a referir-se ao presidente do PSD, Rui Rio. E deixou uma garantia: "os bancos estão desde o primeiro momento a fazer tudo o que têm ao seu alcance para minimizar os efeitos da crise", apresentando soluções que vão além daquilo que foi disponibilizado pelo Governo.