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Ex-ministra das Finanças: Se recapitalização do BES fosse de 8 mil milhões ficaria "em total estado de choque"

Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, afirma que não cabia ao Governo definir qual o montante da recapitalização do BES, nem fazer a divisão dos ativos entre "banco bom" e "banco mau".

Lusa
01 de Abril de 2021 às 11:22
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Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, teria ficado em "estado de choque" se o montante de recapitalização do Banco Espírito Santo (BES) tivesse sido de 8 mil milhões de euros. De acordo com a ex-ministra das Finanças, tanto o montante como a divisão dos ativos entre "banco bom" e "banco "mau" não era da responsabilidade do Executivo. 

Questionada por Cecília Meireles, deputada do CDS, qual teria sido a resposta do Ministério das Finanças se o montante de recapitalização tivesse sido de 8 mil milhões de euros, Maria Luís Albuquerque disse que "teria ficado em total estado de choque" e "que mesmo os 4,9 mil milhões foram um valor muito elevado". 

E recordou que haveria "a limitação de que só havia 6,4 mil milhões na linha de recapitalização", sendo que "teria sido necessário ir ao mercado buscar mais". E acrescentou: "Se calhar uma recapitalização dessa ordem nem seria aprovada pelos auxílios de Estado, mas estou a especular", disse aos deputados na comissão de inquérito ao Novo Banco, esta quinta-feira, 1 de abril.

Durante as audições, foi já mencionado por alguns dos responsáveis ouvidos pelos deputados que o Banco de Portugal propôs, à data, um valor que rondava os 5,5 mil milhões de euros, o que acabou por não avançar. E também que a gestão do banco considerou, na altura, que o capital inicial era insuficiente.

Como avançou o Negócios, o Novo Banco teria precisado de mais 3,6 mil milhões de euros quando foi criado para cumprir os rácios de capital e enfrentar os desafios que teria pela frente. Portanto, a instituição financeira teria necessitado de uma injeção inicial de 8,5 mil milhões de euros para que pudesse estar até 2017 sem ser necessária uma nova capitalização.

A ex-ministra das Finanças disse ainda durante a audição que não estabeleceu "nenhum teto ao valor" e recordou que as regras europeias determinavam que este auxílio teria "de ser dado sempre pelo mínimo". Este valor, esclareceu, não foi definido pelo Executivo. "O Ministério das Finanças não participou na definição do valor", disse. Nem na definição do perímetro, ou seja, na divisão dos ativos pelo "banco bom" e do "banco mau". 
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