Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Elisa Ferreira: "Bancos continuam a ser europeus em vida, mas nacionais na morte"

A vice-governadora do Banco de Portugal afirma que as decisões de supervisão e resolução continuam a ser sobretudo europeus, enquanto a estabilidade financeira fica nas mãos das autoridades nacionais. 

Miguel Baltazar
04 de Julho de 2019 às 13:22
  • 7
  • ...

Elisa Ferreira, vice-governadora do Banco de Portugal, considera que a vontade de concluir a União Bancária, com a criação do terceiro pilar, "perdeu força". Mas que esta conclusão é necessária numa altura em que os bancos não podem ser apenas europeus "em vida", mas também quando são alvo de medidas de resolução.  

 

"Os bancos continuam a ser europeus em vida, mas nacionais na morte", afirmou Elisa Ferreira na conferência anual do Centro de Investigação, Regulação e Supervisão Financeira, que se realizou esta quinta-feira, 4 de julho, em Lisboa. Isto porque as "decisões de supervisão e resolução são sobretudo europeias, enquanto o último garante de estabilidade financeira continua a ser nacional". 

 

A responsável reconhece que "fizemos muitos progressos na criação dos dois primeiros pilares da União Bancária". Contudo, a "vontade política de completar" a União Bancária "perdeu força, tal como foi sublinhado pelo último Eurogrupo", referiu a vice-governador do Banco de Portugal, notando que "à medida que as condições económicas melhoraram, criou-se uma falsa sensação de segurança quando ainda estamos a meio do caminho". 

 

"Numa altura em que os modelos de negócio dos bancos continuam a ter dificuldades em gerar níveis adequados de rentabilidade no atual cenário macroeconómico, também caracterizado por taxas de juro baixas, e para se adaptar ao progresso tecnológico e às exigências dos clientes digitais, a União Bancária por completar agrava os desafios existentes", notou ainda Elisa Ferreira. 

 

E concluiu: "Enquanto esperamos pela conclusão da União Bancária, alguns dos elementos mais disruptivos têm de ser resolvidos para minimizar os riscos para a estabilidade financeira".

 

Na mesma conferência, Gabriela Figueiredo Dias, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, lamentou que o projeto da união dos mercados de capitais tenha dado ainda apenas "passos tímidos", desafiando as novas lideranças europeias para este tema.

 

Ver comentários
Saber mais Elisa Ferreira Banco de Portugal União Bancária Gabriela Figueiredo Dias Banco Central Europeu
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio