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Andrea Enria: Setor bancário europeu continua a precisar de consolidação
O presidente do Mecanismo Único de Supervisão do BCE considera que o mercado financeiro europeu continua muito fragmentado, afirmando ser necessária uma consolidação transfronteiriça.
Andrea Enria, presidente do Mecanismo Único de Supervisão do Banco Central Europeu, considera que há uma necessidade de consolidação no setor bancário europeu, numa altura em que este continua fragmentado.
Apesar de a dimensão adequada do setor bancário ser "difícil de avaliar", é "claro que o setor europeu continua a ser muito grande", afirmou Andrea Enria na conferência anual do Centro de Investigação, Regulação e Supervisão Financeira, que se realizou esta quinta-feira, 4 de julho, em Lisboa.
Neste sentido, o responsável defende que há uma necessidade de consolidação transfronteiriça e de eliminação do excesso de capacidade. Não para ter bancos maiores, mas sim "bancos mais eficientes" e permitir uma "diversificação" das instituições financeiras no caso de um novo choque. "O mercado continua muito fragmentado", reforçou.
Para esta consolidação, Enria defende que a união bancária deverá ajudar a fusões e aquisições. E que o BCE terá uma posição neutral, "avaliando cada projeto puramente em termos técnicos".
O presidente do Mecanismo Único de Supervisão alertou ainda que, neste caminho da consolidação, não se deve olhar apenas para fusões transfronteiriças, mas também para fusões a nível nacional que podem fazer sentido no sentido do custo-eficiência.
Na mesma conferência, Gabriela Figueiredo Dias, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, lamentou que o projeto da união dos mercados de capitais tenha dado ainda apenas "passos tímidos", desafiando as novas lideranças europeias para este tema.