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Eduardo Catroga: Sem auditoria externa o inquérito ao Banif será "luta política"

Eduardo Catroga defende uma auditoria externa e independente ao caso Banif, já que a comissão de inquérito poderá resultar numa "espuma da luta política sem clarificação".

39.º- Eduardo Catroga
Presidente do Conselho Superior da EDP mantém poder activo na área empresarial - e não só.
Pedro Elias/Jornal de Negócios
04 de Fevereiro de 2016 às 07:24
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O economista Eduardo Catroga afirma que apenas uma auditoria externa e independente poderá esclarecer o caso Banif, considerando que a comissão parlamentar de inquérito vai ser uma "luta política", sem esclarecer as falhas dos diferentes intervenientes no processo.

"Acho que os portugueses mereciam um esclarecimento total. E esse esclarecimento total só poderia ser dado através de uma auditoria externa independente, até por auditores não ligados ao mercado português", afirma o antigo ministro das Finanças, considerando que só assim seriam identificadas "todas as falhas, quer do accionista Estado, quer do regulador, quer da União Europeia".

Em entrevista à agência Lusa, o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) apontou já críticas ao inquérito parlamentar ao caso Banif, cuja comissão tomou posse na terça-feira, salientando que "não vai ser clarificador".

"Os inquéritos parlamentares em regra são jogos políticos, um jogo para saber quem é que fica bem ou mal na fotografia no relatório final da comissão", considera.

Para Eduardo Catroga, a única comissão de inquérito parlamentar que "funcionou razoavelmente bem" foi a do caso BES, porque "os vários partidos políticos arranjaram um único bode expiatório" e "não havia objectivos conflituantes" entre eles.

No entanto, aponta, no caso Banif, "essa situação não existe", sublinhando que a comissão de inquérito à resolução do banco "vai ser uma confusão".

Sem auditoria externa, "vamos assistir à espuma da luta política sem clarificação", considera.

O PSD chegou a apresentar um projecto de resolução para a realização de uma auditoria externa e independente à gestão do Banif, que foi rejeitado pela esquerda parlamentar.

A 20 de Dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos - incluindo 'tóxicos' - para uma sociedade veículo que entretanto foi denominada Oitante.

A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias que o Estado prestou e que ficaram com o Santander Totta, no total de 746 milhões de euros.
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