Notícia
Eduardo Catroga: Sem auditoria externa o inquérito ao Banif será "luta política"
Eduardo Catroga defende uma auditoria externa e independente ao caso Banif, já que a comissão de inquérito poderá resultar numa "espuma da luta política sem clarificação".
04 de Fevereiro de 2016 às 07:24
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O economista Eduardo Catroga afirma que apenas uma auditoria externa e independente poderá esclarecer o caso Banif, considerando que a comissão parlamentar de inquérito vai ser uma "luta política", sem esclarecer as falhas dos diferentes intervenientes no processo.
"Acho que os portugueses mereciam um esclarecimento total. E esse esclarecimento total só poderia ser dado através de uma auditoria externa independente, até por auditores não ligados ao mercado português", afirma o antigo ministro das Finanças, considerando que só assim seriam identificadas "todas as falhas, quer do accionista Estado, quer do regulador, quer da União Europeia".
Em entrevista à agência Lusa, o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) apontou já críticas ao inquérito parlamentar ao caso Banif, cuja comissão tomou posse na terça-feira, salientando que "não vai ser clarificador".
"Os inquéritos parlamentares em regra são jogos políticos, um jogo para saber quem é que fica bem ou mal na fotografia no relatório final da comissão", considera.
Para Eduardo Catroga, a única comissão de inquérito parlamentar que "funcionou razoavelmente bem" foi a do caso BES, porque "os vários partidos políticos arranjaram um único bode expiatório" e "não havia objectivos conflituantes" entre eles.
No entanto, aponta, no caso Banif, "essa situação não existe", sublinhando que a comissão de inquérito à resolução do banco "vai ser uma confusão".
Sem auditoria externa, "vamos assistir à espuma da luta política sem clarificação", considera.
O PSD chegou a apresentar um projecto de resolução para a realização de uma auditoria externa e independente à gestão do Banif, que foi rejeitado pela esquerda parlamentar.
A 20 de Dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos - incluindo 'tóxicos' - para uma sociedade veículo que entretanto foi denominada Oitante.
A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias que o Estado prestou e que ficaram com o Santander Totta, no total de 746 milhões de euros.
"Acho que os portugueses mereciam um esclarecimento total. E esse esclarecimento total só poderia ser dado através de uma auditoria externa independente, até por auditores não ligados ao mercado português", afirma o antigo ministro das Finanças, considerando que só assim seriam identificadas "todas as falhas, quer do accionista Estado, quer do regulador, quer da União Europeia".
"Os inquéritos parlamentares em regra são jogos políticos, um jogo para saber quem é que fica bem ou mal na fotografia no relatório final da comissão", considera.
Para Eduardo Catroga, a única comissão de inquérito parlamentar que "funcionou razoavelmente bem" foi a do caso BES, porque "os vários partidos políticos arranjaram um único bode expiatório" e "não havia objectivos conflituantes" entre eles.
No entanto, aponta, no caso Banif, "essa situação não existe", sublinhando que a comissão de inquérito à resolução do banco "vai ser uma confusão".
Sem auditoria externa, "vamos assistir à espuma da luta política sem clarificação", considera.
O PSD chegou a apresentar um projecto de resolução para a realização de uma auditoria externa e independente à gestão do Banif, que foi rejeitado pela esquerda parlamentar.
A 20 de Dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos - incluindo 'tóxicos' - para uma sociedade veículo que entretanto foi denominada Oitante.
A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias que o Estado prestou e que ficaram com o Santander Totta, no total de 746 milhões de euros.