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Duarte Neves não sabe explicar imparidades adicionais de 600 milhões no Novo Banco em 2014
O ex-vice-governador do Banco de Portugal não sabe como explicar a diferença entre a análise realizada primeiro pela PwC e, seis meses depois, pela EY às grandes exposições de crédito no BES.
Pedro Duarte Neves, ex-vice-governador do Banco de Portugal, não consegue explicar o aumento em vários milhões da exposição do Novo Banco a grandes créditos, em 2014. Isto entre as avaliações realizadas pela PwC e, seis meses depois, pela EY.
Nesse sentido, pede esclarecimentos relativamente ao facto de "no relatório da PwC a exposição da Martifer ser de 281 milhões de euros. Mas a EY, seis meses depois, diz que a exposição é de 556 milhões". Além disso, a exposição de Joe Berardo era de 282 milhões inicialmente, passando depois para 308 milhões. Já a de José Guilherme aumentou de 137 milhões para 262 milhões, enquanto a da Promovalor passou de 304 milhões para 487 milhões. Tudo entre agosto e dezembro de 2014.
Questionado o que justifica esta diferença, Pedro Duarte Neves respondeu: "não sei".
"Não consigo responder porque houve esse salto", disse ainda, notando que "o exercício da PwC é completamente independente, foi desenvolvido pelos auditores, levou a um balanço aprovado pelo conselho de administração do Novo Banco e basicamente levou a uma confirmação das necessidades de capital calculada no dia 3 de agosto".
Perante nova insistência por parte de Duarte Alves, deputado do PCP, para explicar o porquê do aumento das imparidades no Novo Banco, na ordem dos 600 milhões de euros, o ex-vice-governador disse que perante a evolução da economia e as características da empresa poderá haver um aumento das imparidades, sendo este um "conceito dinâmico".
O responsável foi o terceiro a ser ouvido no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco. Antes de Duarte Neves, foi a vez de Luís Costa Ferreira, diretor do departamento de supervisão Banco de Portugal ir ao Parlamento.