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CGD termina amanhã "roadshow" para colocar 500 milhões

A semana começou em Lisboa, terça é a vez de Paris, quarta a de Londres: é este o percurso da jornada da CGD para conquistar investidores para a emissão de dívida que concluir a capitalização.

Miguel Baltazar
19 de Junho de 2018 às 12:20
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A última paragem do "roadshow" da Caixa Geral de Depósitos, junto de investidores institucionais, é na quarta-feira, 20 de Junho, em Londres. Lisboa ficou para trás, na segunda-feira, sendo que esta terça o banco público está a tentar conquistar subscritores em Paris. 

É nesta jornada junto de investidores que a Caixa Geral de Depósitos está a apresentar a sua emissão de dívida que irá completar o plano de capitalização iniciado no ano passado. A instituição presidida por Paulo Macedo (na foto) tem de colocar 430 milhões em privados, por imposição da Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, mas a emissão será de 500 milhões. 

Segundo uma fonte próxima do processo, tem sido demonstrado interesse por parte de dezenas de investidores institucionais, sendo que, contudo, o sucesso deste tipo de operações só é um facto durante a emissão, quando fica definido o montante colocado e o custo associado. 

A CGD vai emitir títulos de dívida que integram o grau Tier 2 (T2), depois de ter conseguido alterar aquilo que estava acordado com Bruxelas. A ideia inicial era a de colocar dívida perpétua, a Additional Tier 1 (AT1), tal como na primeira parcela da emissão, mas foi conseguido reduzir o risco dos instrumentos, passando de AT1 para T2. Com um menor risco, a Caixa antecipa um menor custo de financiamento. 

Na emissão de dívida perpétua AT1 do ano passado, em que foram colocados 500 milhões de euros, a CGD teve de suportar um custo de 10,75%. Agora, a emissão tem de ser, no mínimo, de 430 milhões.  

Aliás, segundo já noticiou o Negócios, a perspectiva é que a poupança, ao obter juros mais baixos devido ao nível de risco dos títulos, possa ser de até 100 milhões de euros ao longo de cinco anos. Os títulos de dívida a colocar têm uma maturidade de 10 anos, mas podem ser recompradas ao final de cinco anos. 

A emissão poderá, assim, acontecer esta semana, sendo que a hipótese depende sempre das condições do mercado (a não ocorrência de eventos inesperados). 

A operação tem apenas como destinatários investidores profissionais, institucionais, estando afastados os clientes de retalho. Na emissão de 2017, o banco colocou a dívida perpétua em mais de 160 investidores, sendo que os fundos de cobertura de risco ("hedge funds") ficaram com mais de 40% das obrigações. Apenas 14% dos títulos emitidos ficou em Portugal.  


Em causa está a emissão noticiada pela Bloomberg na passada sexta-feira, que deu conta que a CGD mandatou o BNP Paribas, o Bank of America Merril Lynch, o CaixaBI, o Crédit Agricole, o Credit Suisse e o Unicredit para organizarem reuniões com investidores no sentido de angariar os títulos de dívida que vão permitir concluir o plano de capitalização.

A CGD teve de emitir dívida junto de privados, por imposição de Bruxelas, para compensar a injecção de 3,9 mil milhões de euros estatais. 

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