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CDS acusa Governo de estar capturado por nova gestão da Caixa
"Só sabemos que são mais administradores e que vão ganhar mais. Deve ser isso que contenta o PCP e o BE", ironizou João Almeida no Parlamento, acusando o Governo de uma "estratégia omissa e errada".
O CDS-PP defende que o actual Governo, representante do Estado accionista da Caixa Geral de Depósitos, está capturado pela nova gestão do banco público, liderada por António Domingues.
Segundo o deputado centrista João Almeida, nada se sabe sobre o que está a ser preparado para a Caixa Geral de Depósitos a não ser que os valores da recapitalização da instituição financeira partem de uma "exigência" da nova gestão".
"Isso faz com que o accionista esteja capturado pela gestão. É incorrer no erro, ficarem completamente capturados por uma equipa de gestão", atacou ainda o deputado do partido liderado por Assunção Cristas no debate parlamentar que o PS agendou para discutir o sistema financeiro nacional.
Do CDS só vieram críticas para a nova situação da Caixa Geral de Depósitos e para o facto de não serem conhecidos pormenores sobre o que irá acontecer. "Só sabemos que são mais administradores e que vão ganhar mais". A nova equipa será constituída por 19 elementos. O Negócios avançou ontem que o Presidente da República já promulgou o fim dos tectos salariais que afectavam a Caixa Geral de Depósitos, o que permitirá o pagamento de remunerações mais altas do que as praticadas até aqui. "Deve ser isso que contenta o PCP e o BE", ironizou o centrista.
"É uma estratégia omissa e errada", classificou ainda João Almeida, acrescentando que o Executivo não é capaz de explicar planos de gestão e de mudanças na "governance" que vão ser instituídos.
A nova gestão do banco público, liderada pelo antigo administrador do BPI António Domingues, ainda não foi eleita pelo seu accionista único. Uma das suas tarefas será liderar a capitalização da instituição financeira, num valor que não está ainda definido mas que a imprensa tem dito que se situa em torno de 4 mil milhões de euros, além de empreender a reestruturação que terá de ser feita para que essa injecção de capital não deturpe regras de concorrência.