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Cartel da banca: "Quando há uma crise enforcam-se sempre os banqueiros"

A Autoridade da Concorrência aplicou coimas de 225 milhões de euros a 11 bancos por práticas anticoncorrenciais alegadamente cometidas entre 2002 e 2013, incluindo a partilha de informação sensível. Para o BCP não se passou nada de ilegal a não ser um "grande espirito de concorrência".

Miguel Maya, CEO do BCP, apresentou os resultados do banco para o primeiro semestre.
Miguel Baltazar
Fábio Carvalho da Silva fabiosilva@negocios.pt 28 de Fevereiro de 2022 às 18:57
Depois da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi a vez do BCP reagir ao chamado processo "cartel da banca".

"Claro que houve troca de informação, mas nunca houve nenhuma intenção que essa troca de informação tivesse como objetivo prejudicar os clientes", sublinhou Miguel Maya. "Os próprios emails mostram isso, que não houve tentativa de esconder nada", acrescentou o executivo.

Para Miguel Maya o que se passou "foi um grande fenómeno de concorrrência", de tal modo que "os bancos estavam tão agressivos que ainda estão a pagar por terem concedidos empréstimos com tais spreads".

O líder do BCP salientou ainda que "a prova do algodão sobre este tema é que nunca recebemos uma única reclamação dos clientes sobre este assunto". "Quando há crise enforcam-se sempre os banqueiros", lamentou o banqueiro.

Por fim, Nuno Amado, presidente do banco, sublinhou que "nunca falou sobre o assunto porque estava noutra instituição, mas os portugueses sabem que isto foi uma tremenda injustiça".

Estas declarações dos mais altos executivos do BCP surgem horas depois de fonte da Caixa Geral de Depósitos ter afirmado que a Autoridade da Concorrência (AdC) divergiu da prática na União Europeia ao dispensar a realização de qualquer análise sobre os efeitos concretos que os comportamentos dos quais é acusada tenham produzido no mercado.

A Autoridade da Concorrência aplicou coimas de 225 milhões de euros a 11 bancos por práticas anticoncorrenciais alegadamente cometidas entre 2002 e 2013, incluindo a partilha de informação sensível. A Caixa Geral de Depósitos foi o banco com a coima mais pesada: 82 milhões de euros.
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