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Carlos Costa junta-se a António Varela e critica passado do Banif

No meio da crise que o país atravessava, o Banif concedeu muito crédito, e os seus custos superavam, largamente, os rendimentos. O resultado: a intervenção estatal em 2013.  

Miguel Baltazar
05 de Abril de 2016 às 16:59
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O actual governador do Banco de Portugal lançou, na comissão de inquérito ao Banif, considerações negativas sobre a estrutura do banco até à intervenção estatal, no início de 2013.

Até 2012, o banco estava a ser alvo de uma "deterioração da situação financeira", que resultou "da conjugação de factores", muitos decorrentes da gestão anterior. Horácio Roque tinha morrido em 2012, tendo sido substituído por Joaquim Marques dos Santos na presidência da administração do Banif, que recusou qualquer responsabilidades no estado do banco.

Tinha havido um "rápido crescimento do crédito nos anos anteriores à crise, sem adequada gestão de risco e concentração em activos imobiliários e créditos a pequenas e médias empresas". Um comportamento que levava a um elevado rácio de créditos sobre depósitos (134%).

Também havia uma "estrutura de custos operacionais muito pesada face à actividade desenvolvida, a que não foi alheia a política de expansão de agências e de participações no exterior", segundo disse Carlos Costa.

O antigo administrador do Banco de Portugal António Varela, que se demitiu em Março de 2016 por distanciamento face à gestão do regulador, também tinha deixado a mesma ideia na comissão de inquérito ao Banif.

Houve um reconhecimento de volume muito significativo de imparidades, de 500 milhões de euros, nos vários exercícios transversais promovidas aquando da chegada da troika a Portugal, em 2011, apontou também o governador.

Aliás, a vinda da troika mostra que a "situação económica e financeira do país, com impacto no volume e na qualidade do crédito", também teve impacto na deterioração do Banif.

Daí que tivesse sido necessário, no final de 2012, acordar uma recapitalização com recurso a fundos públicos no montante de 1,1 mil milhões de euros, injectados no início de 2013. Nessa altura, a resolução foi uma hipótese colocada em cima da mesa, mas acabou por não avançar porque havia receios face aos riscos de litigância.

A resolução foi aplicada, sim, em 2015, quando o banco não conseguiu reembolsar a ajuda estatal recebida no início de 2013.

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