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Carlos Silva evita decisão do Banco de Portugal sobre continuidade no Atlântico

O Banco Privado Atlântico Europa já não aponta Carlos Silva para presidente da administração. O nome, proposto para continuar no cargo em 2017, foi retirado das listas. Conceição Lucas, que está de saída do BCP, foi convidada a substituí-lo.

Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 13 de Julho de 2018 às 21:01

Carlos Silva já não é candidato a presidente do Banco Atlântico. O nome já não consta da lista para o conselho de administração que foi proposta pelo banco de capitais angolanos ao Banco de Portugal, de acordo com informações a que o Negócios teve acesso. Ou seja, foi retirado antes de qualquer decisão do Banco de Portugal no âmbito de processo de avaliação da adequação dos administradores, mas já depois de meses de interacção.

 

Na lista proposta pelo Atlântico Europa no quarto trimestre do ano passado, mantinham-se os nomes que estavam em funções e que foram reconduzidos em assembleia-geral de 2017, como confirmou então a instituição financeira. Entre eles, o presidente da administração, Carlos Silva, que é também o presidente do Millennium Atlântico, e o presidente executivo, Diogo Cunha.

 

Com a chegada de candidatos, o Banco de Portugal – ou o Banco Central Europeu, quando se trata de instituições significativas, o que não é o caso do Privado Atlântico Europa – inicia o processo de avaliação e de adequação dos nomes. Carlos Silva e a sua equipa estavam nesse dossiê desde o final do ano passado.  

 

A lista inicial entrou no final do ano passado e em Julho deste ano continua sem confirmação final. Certo é que, pelo meio, houve já uma mudança de nomes. Foi aí que Carlos Silva deixou de ser o apontado para continuar na presidência da administração.

 

Em Fevereiro, quando anunciou que iria sair do BCP, Carlos Silva iria permanecer em funções na presidência não executiva do Atlântico Europa. O nome foi retirado da lista entretanto, pelo que não chegou a haver uma pronúncia do Banco de Portugal, nem de aprovação nem de chumbo. Mas houve longos meses de interacção.

 

Entretanto, este ano, ocorreu o julgamento da Operação Fizz, em que o procurador da República Orlando Figueira era o principal visado juntamente com o angolano Manuel Vicente, e em que eram investigadas práticas de crimes de corrupção. No Banco de Portugal, o julgamento, em que Carlos Silva foi mencionado e em que foi chamado como testemunha, foi um dos temas tidos em conta na avaliação, que acabou por não terminar. Pese embora não haver uma decisão judicial e nem ter sido constituído arguido, o supervisor pode olhar para os processos pendentes em torno dos nomes, já que podem trazer indícios para a decisão.

 

Graça Proença de Carvalho, que era administradora do Atlântico e que foi convocada para ser testemunha na Operação, já não consta da actual administração – o seu nome foi retirado do site oficial.


O Atlântico Europa não quis fazer comentários.

 

Conceição Lucas convidada a suceder a Carlos Silva

 

Conceição Lucas, ainda administradora do BCP – a composição da nova administração do BCP, liderada por Nuno Amado e com Miguel Maya como presidente executivo ainda aguarda o aval do BCE –, foi convidada para presidente do conselho de administração da instituição financeira. Entrou em 2012 para o banco que, naquele ano, passou a ser liderado por Nuno Amado. Na altura, foi a primeira mulher a entrar no conselho de administração do banco fundado por Jorge Jardim Gonçalves. Uma entrada que ocorreu depois de os angolanos da Sonangol terem conquistado peso na instituição financeira.

 

Este é um regresso. Conceição Lucas foi administradora do Atlântico Europa entre 2008, ano da fundação do banco, e 2012, quando foi para o BCP.

 

Plano estratégico pela frente

 

Em cima da mesa de Conceição Lucas estará o desenho de um novo plano estratégico para a instituição financeira. No Atlântico, haverá um foco especial na banca de investimento, que era já uma área por si tutelada no BCP.

 

Segundo os nomes propostos na nova versão apontada ao Banco de Portugal, que carecem de confirmação, Diogo Cunha vai permanecer na presidência executiva do banco, juntando-se dois nomes ao conselho de administração: Cândida Pereira e Carolina Welsh. Pedro Leitão também continuará na equipa.

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