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Carlos Silva sai definitivamente da liderança do Atlântico Europa

Conceição Lucas já teve autorização para ficar à frente da administração do Banco Atlântico Europa. O empresário angolano Carlos Silva fica como accionista e anuncia uma iniciativa para África e América Latina.

Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 20 de Dezembro de 2018 às 17:43

Carlos Silva deixou de ser banqueiro em Portugal. Estava, até aqui, à frente da administração do Banco Atlântico Europa, mas a sua substituta, Conceição Lucas, já obteve a luz verde do Banco de Portugal para ocupar aquele cargo.  

 

"O Banco Atlântico Europa comunica a nomeação em assembleia geral, realizada hoje, de Conceição Lucas como presidente do conselho de administração, sucedendo, assim, a Carlos José da Silva", assinala o comunicado enviado às redacções pela instituição financeira esta quinta-feira, 20 de Dezembro. 

 

Conceição Lucas estava na administração do BCP liderada por Nuno Amado, mas não ficou na equipa sob o comando de Miguel Maya. Mas em Julho soube-se que iria presidir ao Atlântico, embora só agora tenha chegado a autorização do Banco de Portugal. Enquanto isso, Carlos Silva permaneceu como "chairman". Até agora.

 

Aliás, a ideia inicial dos accionistas do Atlântico Europa era a manutenção de Carlos Silva à frente do banco. Só que, em Julho, depois de meses de interacção com os supervisores, ficou a saber-se que o empresário angolano iria evitar qualquer decisão, já que não seria candidato ao cargo. Essa mudança ocorreu depois de um primeiro semestre em que o banco e Carlos Silva foram referidos na Operação Fizz, tema que teve de ser apreciado pelo Banco de Portugal no âmbito do processo de avaliação da adequação dos administradores. Carlos Silva foi chamado como testemunha no processo de investigação a corrupção e branqueamento de capitais, a pedidos de arguidos como o procurador visado Orlando Figueira.

 

Embora saindo do Atlântico Europa, de que foi accionista fundador, Carlos Silva continua a presidir ao angolano Millennium Atlântico, uma parceria do grupo Atlântico e do BCP. Também continuará a ter uma presença accionista em Portugal, tendo em conta que a Atlântico Financial Group é dona de 96,5% do capital do Atlântico Europa. Mas deixa de ser banqueiro no país. 

Contudo, o empresário vai entrar noutras áreas da economia. No comunicado enviado às redacções, é indicado que "Carlos José da Silva, accionista fundador do Banco Atlântico Europa, passa a assumir a liderança accionista de uma iniciativa de investimento com impacto económico-social, sobretudo em países de África e América Latina". Não são dados mais pormenores.

 

O Atlântico vê a nomeação de Conceição Lucas como presidente não executiva como uma "nova etapa" e um "processo de renovação" da instituição financeira. A equipa continuará a ter Diogo Cunha como presidente executivo. Os administradores Pedro Leitão, Augusto Baptista e José Burity permanecem em funções, juntando-se a eles Carolina Welsh e Cândida Peixoto. 

O banco obteve lucros de 5,1 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida homóloga de 43% em relação ao mesmo período do ano passado. 


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