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Caixa Geral de Depósitos com lucros de 369 milhões até Setembro

Ao contrário dos prejuízos dos primeiros nove meses de 2017, a Caixa Geral de Depósitos apresentou lucros até Setembro deste ano. A quebra dos custos ajudou.

30 de Outubro de 2018 às 17:02
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A Caixa Geral de Depósitos apresentou um lucro de 369 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um número que representa uma inversão da tendência do mesmo período do exercício anterior.
 

No período entre Janeiro e Setembro do ano passado, o banco público estava ainda a reportar prejuízos, na ordem dos 47 milhões de euros. Nesse período, as provisões constituídas para impedir perdas na venda das filiais internacionais foram as grandes responsáveis pelas perdas e os custos com a reestruturação (redução de pessoal).

 

O terceiro trimestre foi vivido com ganhos, tal como no resto do ano: no primeiro semestre, já havia um resultado líquido de 194 milhões de euros.


O desempenho da CGD foi conseguido apesar da descida da margem financeira (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos), que deslizou 2,4% para 886,5 milhões de euros, ainda que o banco presidido por Paulo Macedo sublinhe em comunicado que a actividade em Portugal registou um avanço de 4%. O impacto negativo veio, explica a instituição, do "impacto da depreciação cambial do kwanza angolano e da pataca macaense face ao euro".

 

Comissões crescem 9%, mas não evita quebra do produto

 

"Os resultados de serviços e comissões totalizaram nos primeiros nove meses do ano 362,0 milhões de euros, um crescimento de 29,2 milhões de euros (+8,8%)", indica o comunicado de resultados. O banco diz que está acima do plano previsto para este ano.

 

Já as operações financeiras voltaram a cair, 57% em termos homólogos, para 104 milhões de euros, tendo em conta que, no ano passado, tinham sido beneficiadas pelos "swaps" [contratos de cobertura de risco].

 

Na soma das várias rubricas do negócio, o produto bancário decresceu: caiu 12,8% para 1,3 mil milhões de euros.

 

Custos recuam, provisões afundam

 

Já os custos com a estrutura permitiram compensar: caíram 31% para 739 milhões de euros. A quebra deve-se ao facto de, no ano passado, terem sido registados os impactos dos programas de redução de pessoal e de fecho de balcões. Os custos com pessoal deslizaram 36% para 476 milhões de euros.

 

Outra das ajudas para os resultados do banco público veio das provisões e imparidades. No ano passado, esta rubrica – que representa dinheiro colocado de lado para perdas esperadas em créditos concedidos ou noutros activos – "custou" 395 milhões de euros. Nos primeiros nove meses deste ano, não há um contributo negativo. Há sim uma inversão de 1,5 milhões de euros. 
 

Para os lucros dos primeiros nove meses, a actividade doméstica contribuiu com 246 milhões de euros, enquanto a operação internacional rendeu 123 milhões. O BNA Macau continua a ser o que mais dá a ganhar à casa-mãe, de 49 milhões.

 

Depósitos em Portugal caem

Em termos de balanço, a CGD contém recursos totais de 91,3 mil milhões de euros, um avanço homólogo de 2,1%. Os depósitos deslizaram 2,3% para 63,5 mil milhões, ganhando o banco terreno nos produtos fora de balanço, como fundos de investimento mobiliários e seguros financeiros.

 

Já no crédito, houve uma redução da carteira, em termos brutos, de 6% para 57 mil milhões de euros. O segmento de empresas perdeu 8,3% para 15 mil milhões de euros, ao passo que os depósitos de particulares recuaram 4,4% para 25,8 mil milhões, tanto na habitação como no consumo.


(Notícia actualizada às 17:25)

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