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Caixa emite dívida perpétua a partir do Luxemburgo

A emissão de 500 milhões de dívida perpétua que a Caixa começa a promover na segunda-feira vai ser feita no Luxemburgo. A escolha desta praça deve-se ao facto de estar em causa dívida subordinada e a colocação ser destinada apenas a investidores institucionais.

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Março de 2017 às 15:39
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A Caixa Geral de Depósitos vai realizar a emissão de 500 milhões de euros de dívida perpétua a partir do Luxemburgo. A opção por esta praça deve-se ao facto de estar em causa uma emissão destinada apenas a investidores institucionais e de o mercado luxemburguês ter tradição na colocação de instrumentos aceites para o cálculo dos rácios de solidez adicional como acontece com a operação do banco liderado por Paulo Macedo, sabe o Negócios.

 

A administração da CGD vai começar a promover a emissão de dívida perpétua a partir da próxima segunda-feira, data em que deve ter início a promoção da operação junto de investidores, segundo avançou a Bloomberg esta quinta-feira. De acordo com a agência de notícias, o Barclays, o Caixa – Banco de Investimento, o Citi, o Deutsche Bank e o JPMorgan foram mandatados para organizar o roadshow com investidores a 20 de Março. De acordo com a Bloomberg, Paulo Macedo e o CFO José Brito vão participar no "roadshow" em Paris e Londres na próxima semana. 

 

O facto de as obrigações a emitir pela Caixa se destinarem exclusivamente a investidores institucionais foi uma das razões que levou a instituição a fazer a colocação a partir do Luxemburgo, bolsa onde os títulos poderão depois ser transaccionados e em que negoceiam a generalidade dos fundos de investimento, "hedge funds", fundos de pensões e seguradoras a que se destina esta emissão.

 

Também a experiência do Luxemburgo na emissão de títulos aceites para o cálculo dos rácios de solidez adicional, "aditional tier one" (AT1), ajudou a CGD a optar por esta praça que tem sido eleita por outras instituições para emitir este tipo de instrumentos.

 

Por outro lado, a Caixa já recorre ao mercado luxemburguês no âmbito do seu programa de emissão de dívida de médio prazo, tendo diversas emissões de obrigações com títulos admitidos à cotação no Luxemburgo

 

Segundo avançou a Bloomberg, os títulos têm um "trigger" de 5,125%: este é o rácio de capital "common equity tier one" que, no caso de vir a ser atingido pela CGD, implicará automaticamente perdas para os detentores destas obrigações perpétuas. Aquela percentagem não tem qualquer ligação à taxa de juro que o banco terá que suportar para colocar estas obrigações e que se admite que possa chegar a 10%.

 

A emissão, destinada a investidores institucionais, deverá estar concluída nas próximas semanas, em paralelo à injecção de 2.500 milhões de dinheiro fresco por parte do Estado, aprovada pela Comissão Europeia.

(Notícia actualizada às 15:47 com informação sobre o nível de solidez da CGD a partir do qual os detentores das obrigações perpétuas poderão ter perdas)
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