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Caixa convoca investidores para emitir dívida perpétua
O banco público solicitou ao sindicato bancário responsável pela emissão que organize um encontro com investidores a partir de 20 de Março.
A Caixa Geral de Depósitos solicitou aos bancos responsáveis pela emissão de dívida perpétua para organizarem um "roadshow" junto de investidores a partir de 20 de Março.
A informação está a ser avançada pela Bloomberg, sendo este um dos passos para avançar com a colocação dos títulos de dívida, no âmbito do plano de capitalização da instituição financeira do Estado.
De acordo com a agência de notícias, o Barclays, o Caixa – Banco de Investimento, o Citi, o Deutsche Bank e o JPMorgan foram mandatados pela CGD para organizar o roadshow com investidores a 20 de Março. Os títulos têm um "trigger" de 5,125%: este é o rácio de capital "common equity tier one" que, no caso de vir a ser atingido pela Caixa, implicará automaticamente perdas para os detentores destas obrigações perpétuas. Aquela percentagem não tem qualquer ligação à taxa de juro que o banco terá que suportar para colocar estas obrigações e que se admite que possa chegar a 10%.
No âmbito dos compromissos assumidos no âmbito da aprovação de Bruxelas à capitalização da CGD, o banco está obrigado a colocar 930 milhões de dívida perpétua – 500 milhões no curto prazo e o restante ao fim de 18 meses – junto de investidores institucionais privados. Em causa está "uma emissão de dívida subordinada AT1 (‘additional tier 1’)", ou seja, estão em causa títulos que ajudam a reforçar os rácios de solidez adicional da instituição.
É esta emissão de 500 milhões que está agora a chegar ao mercado e deverá ser colocada em breve.
Como a CGD fez questão de esclarecer este mês, a dívida perpétua "é dirigida exclusivamente a investidores institucionais, nomeadamente fundos de investimento e ‘hedge funds’, fundos de pensões e seguradoras". Afastada está qualquer possibilidade de haver "colocação desta emissão junto de clientes particulares ou empresas, bem como junto de entidades públicas".
A emissão, destinada a investidores institucionais, deverá estar concluída nas próximas semanas, em paralelo à injecção de um máximo de 2.500 milhões de dinheiro fresco por parte do Estado.
A dívida em causa vai ajudar a reforçar os rácios adicionais de solidez da Caixa, uma vez que faz parte dos títulos que, em caso de dificuldades da instituição, apresentam risco de perdas para os seus detentores. Daí que os títulos em causa se destinem, "exclusivamente, a investidores institucionais, nomeadamente fundos de investimento e ‘hedge funds’, fundos de pensões e seguradoras", como a CGD fez questão de esclarecer há uma semana. Aliás, já haverá manifestações de interesse de potenciais investidores.