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BPI com prejuízos de 114 milhões de euros até Setembro

Os custos com reformas antecipadas impediram que o BPI voltasse a lucros no terceiro trimestre. Sem eles, havia um lucro de 40 milhões. As contas dos primeiros nove meses ainda são negativas, devido à venda de dívida pública com perdas.

24 de Outubro de 2014 às 18:57
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O Banco BPI apresentou prejuízos na ordem dos 114 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A melhoria das contas no terceiro trimestre ocorreu, mas os custos com reformas antecipadas impediram um resultado líquido positivo.

 

Entre Janeiro e Setembro de 2014, o banco liderado por Fernando Ulrich apresentou um prejuízo consolidado de 114,3 milhões de euros, o que compara com os lucros de 72,7 milhões de euros no mesmo período do ano anterior, segundo o comunicado publicado esta sexta-feira, 24 de Outubro, no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Para este resultado conta, essencialmente, um factor que já se verificou nos primeiros três meses de 2014: quando vendeu dívida pública de Portugal e Itália, o banco recebeu menos do que o que havia pago, pelo que registou menos-valias de 137,5 milhões de euros, que continuam a pesar nas contas acumuladas de Janeiro a Setembro.

 

Este valor acaba por ter impacto no produto bancário da instituição financeira (as receitas do banco), que caíram 26,8% para os 600 milhões de euros. Em 2013, o BPI havia gerado 819,9 milhões de euros nesta rubrica. Uma queda que aconteceu apesar de a margem financeira (diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) ter subido 6,3% para 377,2 milhões de euros.

 

Reformas antecipadas penalizam terceiro trimestre

 

Do primeiro semestre também há ainda uma herança: os custos com juros das obrigações injectadas pelo Estado (os CoCo), que entretanto já foram reembolsadas em Junho e já não pesaram no terceiro trimestre. Mas, no acumulado dos nove meses, ainda custaram 26,7 milhões de euros.

 

Nos nove meses, ainda que com impacto entre Julho e Setembro, aquilo que pesou foram, sobretudo, custos de 26,1 milhões de euros "relativos a reformas antecipadas realizadas ou acordadas (e que se prevê que sejam concretizadas até ao final do ano". Também há custos não recorrentes diversos, que o banco não específica, mas que, após impostos, têm um impacto negativo de 19,6 milhões de euros.

 

Assim, os custos da instituição subiram 27,2% para os 508 milhões de euros que, comparados com os 600 milhões de produto bancário, resultam num resultado operacional de 92 milhões de euros do banco antes de impostos.

 

Depois de impostos, o resultado líquido foi negativo de 114,3 milhões de euros. Esta diferença deve-se aos impostos pagos e também às imparidades. Apesar de o BPI ter posto menos dinheiro de lado para cobrir eventuais perdas futuras, ainda tem imparidades e provisões para crédito de 141,3 milhões de euros.

 

A actividade doméstica deu um contributo negativo de 197,5 milhões de euros para os resultados. Já a internacional teve um impacto positivo de 83,2 milhões de euros, mais do que em igual período do ano anterior.

 

Mais crédito em risco mas menos imparidades

 

O crédito em risco representava, em Setembro, 5,4% do crédito total, mais três décimas do que no final do ano passado, e a cobertura de crédito em risco por imparidades ficou em 81%. As imparidades para crédito caíram de 182,5 para 14,1 milhões, havendo a recuperação de crédito em risco de 12,4 milhões de euros.

 

Os recursos totais de clientes (em que a grande maioria é depósitos) subiram 6,8% para 27,5 mil milhões de euros. Os depósitos representavam 19,3 mil milhões. Já o crédito decresceu 6,8% para 23,8 milhões de euros. O rácio de transformação de depósitos em crédito ficou em 88%. Não deve superar, segundo regras do Banco de Portugal, os 120%.

 

Em termos de capital, o rácio que dá ideia da solidez de capital de um banco, o rácio common equity tier 1, ascendeu a 12,5%. Em Dezembro do ano passado, havia uma situação mais sólida: 15,6%.

 

(Notícia actualizada com mais informações às 19h55)

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