Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

BES Espanha terá recusado dinheiro de Mario Conde

O BES terá recusado, em 2013, uma transferência do Dubai, que alegadamente pertencia a Mario Conde, num esquema que levou o ex-banqueiro a repatriar para Espanha mais de 13 milhões ainda de dinheiro do Banesto.

Negócios 15 de Abril de 2016 às 16:09
  • ...

O Banco Espírito Santo terá recusado, em 2013, uma transferência de dinheiro do Dubai para Espanha alegadamente de Mario Conde.

A história é esta sexta-feira contada pelo jornal espanhol ABC. E tudo começou com uma conta no La Caixa, para a qual o ex-banqueiro Mario Conde e a sua filha Alejandra tentaram transferir 400 mil euros desde o Dubai, através da firma Black Royal Oak, uma das três sociedades espanholas que recebeu parte dos 13 milhões de euros que alegadamente Maio Conde tinha no estrangeiro e que estava, desde 1999, a tentar repatriar para Espanha. Dinheiro que ainda terá como proveniência o Banesto, banco que Mario Conde presidiu até 1993, e pelo qual acabou preso, acusado, entre outras coisas, de gestão danosa.


A Black Royal Oak foi comprada, em 2003, pela filha (Alejandra) e pelo genro (Fernando Guasch) de Mario Conde, a quem os investigadores, segundo o ABC, atribuem o controlo real da sociedade. Guasch ficou na quinta-feira em prisão domiciliária, depois de comparecer perante o juiz Santiado Pedraz.

Foi esta Black Royal Oak que abriu uma conta, em 2003, no La Caixa (actualmente designado CaixaBank), na qual foram depositadas várias transferências entre 2004 e 2014, num total de 1,01 milhões de euros, e provenientes de uma sociedade britânica Higher. A 26 de Junho de 2013 esta conta do La Caixa recebeu uma transferência de perto de 400 mil euros do Dubai, mas que foi rejeitada "por falta de justificação do cliente". O dinheiro era proveniente do HSBC.


Dada a recusa do CaixaBank, a rede de sociedades alegadamente ligada a Mario Conde tentou outros bancos. Um deles foi o então Banco Espírito Santo Espanha, actualmente Novo Banco. O que aconteceu, segundo o ABC, uns meses antes da resolução decretada pelo Banco de Portugal. A 3 de Julho de 2013 perto de 400 mil euros foram enviados do Dubai para o BES. E, segundo o ABC, a entidade portuguesa recusou por considerar que existiam "indícios de branqueamento de capitais", não tendo ficado convencida com as explicações de Guasch que disse ao juiz que este dinheiro seria o preço que um cidadão indiano estava a pagar por uma opção de compra das quintas em Maiorca, propriedade da Black Royal Oak. O preço era de 950 mil euros, um valor que o juiz considerou uma Assinalável "revalorização" entre Janeiro de 2011 e Abril de 2013, já que quando a sociedade adquiriu esse direito valia 166,5 mil euros.

Essa conta do BES, agora Novo Banco, terá recebido entre 11 de Julho e 27 de Dezembro de 2013 cinco transferência da Higher.

A investigação já detectou, segundo o El País, que Mario Conde serviu-se de uma rede de sete empresas para repatriar o dinheiro: Galloix, Hogher, Dryset Matoral, GI Beteiligung, Mayfield Business, Rupani Jelly Fish e GMM Italia. Foram transferidos 13 milhões de euros de seis países – Suíça, Reino Unido, Países-Baixos, Luxemburgo, Itália e Emirados Árabes Unidos. Mais de 2,2 milhões reentraram em Espanha em dinheiro.

O El País revela o gráfico dos repatriamentos:

Ver comentários
Saber mais BES Novo Banco Mario Conde
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio