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Ex-banqueiro Mario Conde detido em Espanha

O antigo banqueiro é suspeito de crimes de branqueamento de capitais, depois de nos últimos meses se terem verificado transferências maciças de dinheiro para contas em Espanha a partir da Suíça e de outros países.

11 de Abril de 2016 às 10:05
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O antigo banqueiro Mario Conde - que nos anos 90 liderou o banco Banesto, quando este controlou o Totta & Açores – foi detido na manhã desta segunda-feira, 11 de Abril, em Madrid numa operação relacionada com a transferência maciça de capitais levada a cabo por Conde a partir da Suíça, Reino Unido e de outros países para contas suas em Espanha.


De acordo com o El País, além de Mario Conde foram detidas mais seis pessoas – entre as quais dois filhos do banqueiro, Mario e Alejandra Conde Arroyo e o seu marido, refere o El MundoFernando Guasch Vega-Penichet (genro de Mario Conde e líder em Espanha do banco português CaixaBI) , Francisco Javier de la Vega Jiménez, Francisco de Asis Cuesta Moreno, María Cristina Fernández Álvarez são os outros detidos.


A operação policial denominada Fénix decorre em cinco casas e escritórios do antigo banqueiro, 11 anos depois de Mario Conde ter saído da cadeia, onde cumpriu também 11 anos da pena de 20 a que está condenado por desvio de pelo menos 3,6 milhões de euros de fundos do Banesto através da Argentia Trust. Apesar de a justiça sempre ter considerado que o valor do desvio, iniciado em 1999, foi muito superior.


Entre as suspeitas agora investigadas estão as de crimes de branqueamento de capitais, insolvência dolosa e organização criminosa. O El Mundo refere que nos últimos anos Conde terá conseguido repatriar para Espanha cerca de 13 milhões de euros de dinheiro (o El País refere 14 milhões) alegadamente subtraídos ao Banesto através da prestação fictícia de serviços entre empresas sediadas no país vizinho e no estrangeiro e de aumentos de capital fantasmas.

Uma das empresas utilizadas terá sido a Hogar y Cosmética Española, dedicada ao fabrico e comercialização de perfumes e cosméticos e detida pela empresa suíça Galloix Holding.


Estas repatriações de capital têm sido feitas, nota a publicação, através de alegados testas-de-ferro como a sua filha e alguns empregados nas suas propriedades agrícolas. Há quatro anos, quando Conde se candidatou às eleições autonómicas na Galiza, a justiça ordenou a apreensão de cinco das suas quintas, mas o ex-banqueiro disse não ter qualquer relação com aquele património: estará registado em nome de familiares e de outros testas-de-ferro.


O jornal refere que as suspeitas em causa – que incluem ainda ocultação de património e esquemas de obstrução à justiça – podem levar Mario Conde, de 68 anos, de novo à cadeia.

No final de 1993, o Banco de Espanha afastou Mario Conde da presidência do Banesto e interveio na instituição financeira onde foi detectado um buraco de 2.700 milhões de euros. Quatro meses depois, o Santander comprou a instituição. 

O ex-banqueiro deverá ser presente aos tribunais esta terça-feira.

(notícia actualizada às 11:35 com mais informação; corrige o segundo parágrafo, indicando que foram detidas seis pessoas)

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