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Caso Mario Conde: Detido director-geral do CaixaBI em Espanha
Fernando Guasch Vega-Penichet é casado com a filha do ex-banqueiro espanhol Mario Conde, detida esta manhã tal como o seu pai. A detenção do director-geral do CaixaBI não está relacionada com a actividade da instituição portuguesa.
O director-geral para Espanha do Caixa Banco de Investimento (CaixaBI, o banco de investimento do grupo Caixa Geral de Depósitos), Fernando Guasch Vega-Penichet, foi detido na manhã desta segunda-feira no âmbito da operação de combate a indícios de branqueamento de capitais em torno de contas do antigo banqueiro espanhol Mario Conde (na foto).
Vega-Penichet, que é genro de Mario Conde (por casamento com a sua filha Alejandra) é um dos sete detidos esta manhã em Madrid na operação Fénix, que visa transferências maciças para Espanha de dinheiro de contas na Suíça e noutros países alegadamente relacionados com o desvio de fundos do antigo banco Banesto.
A instituição portuguesa diz ser alheia aos motivos que levaram a esta detenção. "O Banco Caixa BI é completamente alheio às razões pela qual terá sido hoje detido para interrogatório Fernando Guasch Vega-Penichet, responsável pela Sucursal do Caixa Banco de Investimento em Espanha", refere fonte oficial num comunicado a que o Negócios teve acesso. Vega-Penichet está, de acordo com o seu perfil pessoal na rede social Linkedin, há nove anos na instituição em Espanha.
O jornal El País refere que nos últimos anos Conde terá conseguido repatriar para Espanha cerca de 10 milhões de euros de dinheiro que subtraiu ao Banesto através da prestação fictícia de serviços entre empresas sedeadas no país vizinho e no estrangeiro e de aumentos de capital fantasmas.
Estas repatriações de capital têm sido feitas, nota a publicação, através de alegados testas-de-ferro como a sua filha e alguns empregados nas suas propriedades agrícolas. Há quatro anos, quando Conde se candidatou às eleições autonómicas na Galiza, a justiça ordenou a apreensão de cinco das suas quintas, mas o ex-banqueiro disse não ter qualquer relação com aquele património: estará registado em nome de familiares e de outros testas-de-ferro.
A operação policial decorre em várias casas e escritórios do ex-banqueiro, 11 anos depois de Mario Conde ter saído da cadeia, onde cumpriu também 11 anos da pena de 20 a que está condenado por desvio de pelo menos 3,6 milhões de euros de fundos do Banesto através da Argentia Trust.
O jornal refere que as suspeitas em causa – ocultação de património e esquemas de obstrução à justiça – podem levar Mario Conde de novo à cadeia.
O ex-banqueiro deverá ser presente aos tribunais esta terça-feira.
(notícia actualizada às 11:44 com reacção da Caixa Geral de Depósitos à detenção do director-geral do CaixaBI em Espanha)