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BCP promete compensar trabalhadores, mas não sabe ainda como

O presidente do BCP, Miguel Maya, garantiu à Febase "que vai iniciar a compensação aos trabalhadores, embora não esteja ainda decidida a forma de fazê-lo". Este compromisso é reforçado numa altura em que o banco abre a porta à distribuição de dividendos e à compensação dos trabalhadores na assembleia-geral desta segunda-feira.

Pedro Catarino
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O BCP garantiu à Febase que vai começar a compensar os trabalhadores que sofreram devido aos cortes salariais que vigoram na instituição financeira entre 2014 e 2017. A federação de sindicatos ligados à UGT esclarece, contudo, que o banco ainda não sabe como irá fazê-lo.

 

Segundo uma nota colocada no site do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (uma das forças que integra a Febase), houve uma reunião a 30 de Outubro durante a qual o CEO do BCP, Miguel Maya, "aproveitou a oportunidade para assumir o firme compromisso de iniciar a compensação dos valores retidos aos trabalhadores", não estando ainda "decidida a forma como tal será feito". 

 

Este compromisso é reforçado numa altura em que o banco se prepara para abrir a porta ao pagamento futuro de dividendos aos accionistas (a Sonangol já os pediu publicamente), mas também à compensação dos trabalhadores. 

Na assembleia-geral agendada para esta segunda-feira, 5 de Novembro, há dois pontos na ordem de trabalhos: que a decisão final do que diz respeito à distribuição de lucros, independentemente da política de dividendos em cima da mesa, seja da assembleia-geral, mas também a redução do capital social para que possa ter uma situação líquida que permita a distribuição de resultados.

Esta assembleia-geral também ajudará a cumprir o outro objectivo de Miguel Maya, herdado da presidência de Nuno Amado, de compensar os trabalhadores pelos cortes salariais. Contudo, não será neste encontro que ficará decidida a efectiva distribuição nem de dividendos nem de devolução de salários retidos. Decidirá apenas a reformulação das rubricas do capital do BCP.

 

Isto porque a redução de capital ainda precisa da autorização do Banco Central Europeu. Além disso, tanto os dividendos como a compensação dos colaboradores têm de ser deliberados noutras assembleias-gerais.

 

Reafirmar um compromisso

Não é a primeira vez que Miguel Maya afirma que pretende começar a compensar os trabalhadores pela redução salarial entre 3% e 11% que esteve em vigor nos salários acima dos 1.000 euros brutos mensais.

 

Foi em Julho que disse ter como objectivo "devolver de forma adequada e progressiva o que os colaboradores deixaram de receber por terem os salários" cortados. O CEO do BCP disse, à data, querer "começar" a fazer esse pagamento "o mais cedo possível".

 

Fica por saber como é que esta compensação será feita depois de os colaboradores do banco terem assistido a cortes salariais provocados pela injecção estatal de 3.000 milhões de euros. Apenas se sabe que este valor "não andará longe dos 30 milhões" de euros.

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