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BCP deve estender passadeira vermelha à Fosun
O BCP deve aprovar esta segunda-feira o aumento, de 20% para 30%, do limite de votos existente no banco. Decisão cumpre última condição para o reforço da posição da Fosun como maior accionista da instituição.
Os accionistas do BCP devem aprovar esta segunda-feira a proposta de alteração do limite de votos dos actuais 20% para 30%, cumprindo a última exigência feita pela Fosun para investir até 500 milhões no banco liderado por Nuno Amado. Se a proposta dos maiores accionistas for aprovada, o conglomerado chinês poderá percorrer a passadeira vermelha o que reforçará a sua posição como maior accionista da instituição, podendo elevar a sua participação até 30%.
A decisão dos accionistas será tomada na sessão destinada a concluir a assembleia-geral iniciada a 9 de Novembro, que acabou adiada para dia 21 desse mês e cujo encontro final tem lugar às 11:00 desta segunda-feira, 19 de Dezembro.
Ao que o Negócios apurou, já foi possível reunir o consenso accionista necessário para viabilizar a proposta de alteração de estatutos. Na sessão da AG realizada a 21 de Novembro, esta proposta acabou por não ser votada, uma vez que a Sonangol, então maior accionista do BCP, ainda não dispunha de autorização do Banco Central Europeu (BCE) para poder superar a fasquia dos 20% no banco.
Não foi possível apurar se a autorização do supervisor europeu já chegou. No entanto, de acordo com informações recolhidas pelo Negócios, independentemente da posição do BCE face ao pedido da Sonangol, a proposta de alteração do limite de votos deverá ser viabilizada.
A decisão dos accionistas do BCP sobre a última condição imposta pela Fosun acontece já depois da entrada do grupo chinês no capital do banco. A 18 de Novembro, o conglomerado de Guo Guangchang investiu 174,58 milhões de euros num aumento de capital do banco reservado apenas à Fosun. Na sequência desta operação, o grupo chinês passou a ser o maior accionista do BCP, com 16,7%. Ainda assim, uma vez que a reunião desta segunda-feira teve início a 9 de Novembro, antes da entrada da Fosun, o maior accionista do banco não poderá estar presente na AG.
Esta não foi a única alteração accionista entretanto concretizada. A 13 de Dezembro, o Sabadell, antigo segundo maior accionista do BCP e parceiro histórico do banco, vendeu a sua posição de 4,1% através de uma colocação acelerada, encaixando 44 milhões de euros.