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Sabadell desiste do BCP devido a entrada da Fosun no capital social
O banco espanhol Sabadell decidiu retirar-se da corrida ao controlo do BCP depois de os chineses da Fosun terem comprado uma participação social importante no banco português.
"Com a entrada da Fosun só nos restava aumentar a nossa participação ou retirar-nos da corrida ao controlo do BCP", disse esta segunda-feira fonte oficial do Sabadell à agência Lusa. A mesma fonte acrescentou: "Como os chineses querem aumentar a sua participação, o razoável é nós reduzirmos a nossa".
O Sabadell insiste que só tomou esta decisão depois de ter apoiado o BCP na resolução das dificuldades que teve, tendo acompanhado o aumento de capitais pedido.
"Estivemos ao lado e a apoiar o BCP durante todo o período de dificuldade", disse o representante da entidade espanhola com sede em Barcelona, acrescentando que a operação tem um impacto neutro nas contas do Sabadell depois de, no primeiro semestre de 2016, ter sido incorporada no ativo do banco uma provisão que toma em consideração a descida de preço das acções do BCP.
Segundo a mesma fonte, o banco espanhol tinha inicialmente cerca de 3% do BCP e com o aumento de capital passou a controlar 5,0%, mas com a entrada dos chineses a sua posição foi diluída e passou para cerca de 4,1% do capital social.
O Sabadell informou hoje a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola que pretende alienar um lote de 38.577.892 acções ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal, representativas de 4,08% do capital social e direitos de voto do BCP.
O banco espanhol esclarece que a alienação vai realizar-se "mediante o lançamento de uma oferta particular das acções", num processo que é "dirigido exclusivamente a investidores qualificados e institucionais" e numa operação que vai ser gerida pelo Citigroup.
O Sabadell ficará ainda com 1.353.619 acções do BCP, "representativas de 0,14% do capital social" do banco português e "relativamente às quais, de acordo com os termos da oferta, o Sabadell assumiu, perante o Citi, um compromisso de não alienação ('lock-up'), sem o consentimento prévio por escrito do Citi, por um período de 90 dias contados da presente data".
Esta venda acontece depois de os chineses da Fosun terem adquirido uma participação social de 16,7% em Abril deste ano, tendo o BCP indicado em Novembro que a Fosun é o maior accionista do banco após a operação de aumento de capital que subscreveu, descendo a petrolífera angolana Sonangol para a segunda posição.