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BCP aumenta lucros para 302 milhões no melhor resultado em 12 anos
Os lucros do banco liderado por Miguel Maya passaram de 301,1 milhões de euros em 2018 para 302 milhões de euros no ano passado. Foi o terceiro ano seguido de aumento dos lucros e o quinto consecutivo de resultados positivos.
Excluindo itens específicos, o resultado líquido totalizou 369,1 milhões de euros, apresentando um crescimento de 11,7% face aos 330,5 milhões de euros apurados em 2018, de acordo com as contas apresentadas esta quinta-feira, 20 de fevereiro.
Em 2018, os lucros do banco liderado por Miguel Maya foram de 301,1 milhões de euros, naquele que foi o segundo ano consecutivo de aumento dos lucros do BCP e o quarto exercício seguido em que a instituição fechou com resultados líquidos positivos.
Os analistas do CaixaBank/BPI apontavam para que o BCP registasse lucros de 283 milhões de euros em 2019, o que representaria uma queda de 6% face ao exercício anterior. Para 2020, perspetivam lucros de 377 milhões de euros.
"Foi um ano adverso para o setor financeiro por múltiplas razões", afirmou Miguel Maya, CEO do BCP, durante a conferência de imprensa sobre os resultados anuais, referindo-se aos vários fatores, nomeadamente a política monetária e baixas taxas de juro, mas também o impacto da guerra comercial e do Brexit.
O resultado de 2019 inclui o impacto negativo de 66,4 milhões de euros considerados itens específicos, referentes a custos de reestruturação e compensação pelo ajuste temporário dos salários reconhecidos na atividade em Portugal e os custos suportados com a aquisição, fusão e integração do Euro Bank S.A., reconhecidos pela subsidiária polaca.
Na atividade em Portugal, o resultado líquido de 2019 alcançou os 144,8 milhões de euros, o que representa um crescimento de 25,4%, "fortemente influenciado pela diminuição significativa das necessidades de provisionamento, sobretudo do crédito, beneficiando também, embora de forma menos expressiva, do aumento dos resultados em operações financeiras".
Já na atividade internacional, o resultado líquido totalizou 143,8 milhões de euros em 2019, "determinado pelo menor contributo da operação polaca, condicionado pelo impacto resultante dos custos associados à integração do Euro Bank".
Margem financeira cresce. Custos aumentam
Quanto à margem financeira, esta aumentou 8,8% face aos 1.423,6 milhões de euros apurados em 2018, alcançando 1.548,5 milhões de euros em 2019. De acordo com o banco, "esta evolução foi determinada pelo bom desempenho da atividade internacional, nomeadamente pela dinâmica da operação polaca, tendo sido atenuada pelo desempenho da atividade em Portugal".
Sobre as comissões líquidas, o BCP refere que estas ascenderam a 703,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 2,8% face aos 684,0 milhões de euros registados no ano anterior, "beneficiando tanto do bom desempenho da atividade em Portugal, como da atividade internacional".
Já os custos operacionais registaram um aumento de 10,6% para 1.103,1 milhões de euros. "Esta evolução resulta, em larga medida, do incremento verificado na atividade internacional, embora na atividade em Portugal também se tenha observado um crescimento dos custos operacionais, ainda que com menor expressão", explica o banco liderado por Miguel Maya.
Mais crédito e mais depósitos
A carteira de crédito bruto consolidada do BCP cifrou-se em 54.724 milhões de euros, apresentando um crescimento de 7,2% face aos 51.032 milhões de euros apurados no final do ano anterior, determinado pela evolução da atividade internacional, que por sua vez foi impulsionada pelo impacto da aquisição do Euro Bank S.A. pela subsidiária polaca.
Os recursos totais de clientes alcançaram os 81.675 milhões de euros, aumentando 10,3% face aos 74.023 milhões de euros obtidos na mesma data do ano anterior. "Este aumento, no montante de 7.652 milhões de euros, foi possível graças ao bom desempenho quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional".
(Notícia em atualização)