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BCE prefere venda do Banco Popular

O cenário de venda do Popular a outra instituição financeira começa a ganhar força, mesmo dentro do banco espanhol.  

DR/Banco Popular
Negócios 19 de Maio de 2017 às 09:22
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A administração da instituição financeira espanhola ainda procura garantir o reforço de capital do Popular através de um aumento de capital, mas os reguladores entendem que uma operação de venda é a forma mais segura para assegurar a recuperação do banco.

 

A notícia é avançada esta sexta-feira, 19 de Maio, pelo El País, que dá conta que o BCE entende que uma fusão do Popular com outra instituição financeira é a opção que dá mais garantias de êxito. Uma posição que contrasta com a da administração do banco, que ainda vê como possibilidade em aberto a realização de um novo aumento de capital.

 

Segundo a mesma fonte, a administração do Popular, liderada por Emilio Saracho, reuniu ontem mas não tomou nenhuma decisão sobre as ofertas não vinculativas de compra que já recebeu por parte do Bankia e Santander. Os novos donos do BPI, os catalães do CaixaBank, também estão a ponderar lançar uma oferta não vinculativa sobre o Banco Popular. O BBVA também estará na corrida.

  
Segundo o El Confidencial, o Santander já contratou o Citigroup para o ajudar a avançar com uma proposta formal. O site espanhol conclui que este passo significa que o Santander está a levar este processo muito a sério, tendo mesmo como objectivo ficar com o banco espanhol.

A passagem ao segundo ciclo não obriga que seja feita uma proposta firme. O Popular quer receber as ofertas vinculativas até 10 de Junho (o calendário não é oficial e não está fechado), para fechar o semestre com o projecto de venda encerrado e decidir depois qual a melhor solução para o banco.

 

Segundo o El Pais, o BCE fez saber junto da administração do Popular que não fecha a porta a uma operação de aumento de capital, mas advertiu que é muito arriscado fechar o processo de venda em falso, sem ofertas atractivas, para continuar a procurar novos accionistas que injectem capital no banco.

 

O cenário de venda também começa a ganhar força dentro do próprio banco. "Faz parte da nossa missão. Estamos a trabalhar internamente no aumento de capital como uma possibilidade, mas agora estamos centrados no processo de venda", disse uma fonte do banco ao jornal espanhol.

 

Na semana passada, a imprensa espanhola avançava que o Banco Popular desmentiu estar a atravessar problemas de liquidez e a planear uma venda urgente do banco. Em comunicado ao regulador espanhol, a Comissión Nacional de Mercado de Valores (CNMV), o banco fez saber que tem "diversos assessores" para os seus planos e anunciou que irá realizar um aumento de capital ou uma "operação societária".

 

O jornal El Confidencial tinha avançado que o Banco Popular tinha contratado o JP Morgan e o Lazar para levarem a cabo uma venda urgente pelo "risco de falência", evitando a bancarrota face a uma fuga de depósitos dos clientes. O próprio regulador veio desmentir este cenário, referindo um património de 10.777 milhões de euros e um rácio de capital de 11,91%, acima das exigências regulamentares.

 

O Banco Popular fechou o ano de 2016 com um resultado negativo de 3.485 milhões de euros impactado pelo registo de provisões. A marcar as contas esteve um prejuízo de 3.580 milhões registado no último trimestre.

 

O valor compara com 172,6 milhões de perdas entre Outubro e Dezembro de 2015 e ficou acima das previsões dos analistas sondados pela Bloomberg, que apontavam para um resultado negativo de 3 mil milhões nos últimos três meses do ano.

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