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Bank of America: Pagamento do imposto pelos bancos espanhóis terá impacto de 3% nos lucros
De acordo com os cálculos do Bank of America, o banco espanhol mais penalizado será o Sabadell, para o qual o encargo com o imposto terá um impacto de 6% nos lucros já no próximo ano.
Os analistas do Bank of America duvidam que os bancos espanhóis consigam passar para os clientes os encargos com o imposto do selo nos créditos hipotecários, que vão passar a ser da sua responsabilidade já na próxima semana, depois de o Governo ter aprovado esta quinta-feira, uma alteração na legislação.
"A dura concorrência tornará difícil passar este custo para os clientes", afirmam os analistas, citados pelo Expansión.
Considerando uma taxa média de 1% (a taxa pode variar entre 0,5% e 2% do empréstimo), e partindo do princípio que os bancos não vão agravar outros custos para passar o encargo para os clientes, o Bank of America estima uma redução média de 3% nos lucros do sector para os exercícios de 2019 e 2020.
Em termos absolutos, a taxa implicará um gasto bruto de 450 milhões de euros anuais para os seis bancos espanhóis analisados pelo Bank of America.
De acordo com a análise do banco norte-americano, o impacto negativo nos lucros, em 2019, será de 6% para o Sabadell, 5% para o Bankia, 4% para o Bankinter, 3% para o CaixaBank e 1% para o Santander e BBVA.
Em 2020, o impacto para o Sabadell e Bankia será de 5%, para o Bankinter de 4%, para o CaixaBank de 3% e para o Santander e BBVA de 1%.
Ainda segundo os cálculos do Bank of America, cada parcela de 25% da taxa que se passe eventualmente para os clientes reduzirá o efeito negativo nos resultados em 0,8 pontos percentuais.
Apesar deste efeito negativo nos resultados dos bancos, os investidores respiraram de alívio com o facto de a medida aprovada pelo Governo não implicar qualquer efeito retroactivo, como se chegou a temer.
Prova disso é o desempenho positivo dos bancos espanhóis na bolsa. O Sabadell está a valorizar 0,46% para 1,213 euros, o Bankia sobe 1,31% para 2,939 euros, o Bankinter soma 0,40% para 7,55 euros e o Santander ganha 0,30% para 4,323 euros. Só o CaixaBank e o BBVA contrariam a tendência, com descidas ligeiras inferiores a 0,4%.